Biblioteca pública estadual reúne públicos variados em grupos de leitura
Leitores se encontram quinzenalmente para compartilhar leituras e vivências nos espaços da Bece, reinaugurada no ano passado. Biblioteca tem programação cultural diversificadaEles foram chegando aos poucos e ocupando as cadeiras dispostas na varanda da biblioteca. Nas mãos, livros ou pedaços de papéis com trechos escritos à mão, lidos em voz alta para mostrar que a leitura daquele livro tocou a pessoa de alguma forma. Assim foi o primeiro encontro do ano do “Meu Tempo É Hoje (+50)”, grupo formado por leitores com mais de 50 anos e que reúne quinzenalmente desde o final do ano passado. Os encontros são quinzenais e as leituras levadas pelos integrantes são variadas, ou seja, não é discutida uma única obra, como em outras modalidades de leituras coletivas.
“O grupo é bem diverso. Em um único encontro, falamos de livros que vão do romance ao suspense. O mais interessante é conhecer outros gostos que não só os nossos, e ainda encontrar pessoas que também gostam de ler”, destaca Juracy Farias, 57, que estava lendo “A vida secreta das abelhas”, de Sue Mon Kidd. O biólogo descobriu o grupo por meio de uma postagem da biblioteca nas redes sociais.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
A aposentada Lucimar Cruz, 71, saiu de casa no sábado de manhã decidida a compartilhar as impressões que ela teve ao ler “O conto da aia”, um romance distópico escrito por Margaret Atwood. “Vir para esses encontros é, além de um prazer, uma quebra da monotonia. Sou uma leitora que ama os livros e que adora até o cheiro do papel”, brinca.
Para Fernanda Meireles, mediadora do grupo e coordenadora da Ação Cultural e Educativa da Biblioteca Pública Estadual (Bece), o público acima de 50 anos que utiliza o equipamento é um dos que mais gostam do hábito da leitura, e o grupo foi um dos primeiros criados com o objetivo de reunir pessoas dessa faixa etária. “Há ainda dois grupos de leitura, o de literatura fantástica e o ‘Transver o mundo’ [para ler, discutir e incluir as pautas de transgeneridades e travestilidades por meio da literatura]. No mês que vem vamos começar o “Papo preto” [voltado para leituras sobre a raça negra]”, complementa.
De acordo com os números mais recentes sobre a utilização da estrutura da Bece, 2.800 novos leitores se cadastraram para fazer empréstimos e 5.200 publicações foram retiradas pelos usuários para leituras. Outros 1.1175 novos livros foram adquiridos para compor o acervo e mais de 100 horas de encontros virtuais foram transmitidas.
Veja mais imagens do local e dos visitantes: