Butantan busca voluntários de 12 a 17 anos para testar vacina contra Chikungunya,

Fortaleza está entre os sete centros de pesquisa do Brasil usados para os testes. Para participar, os adolescentes precisam da autorização dos pais.

12:22 | Fev. 08, 2022

Por: Levi Aguiar
Sede do Instituto Butantan, em São Paulo. O Butantan é o principal produtor de imunobiológicos do Brasil. (foto: Antonio COR da Costa/Instituto Butantan)

O Instituto Butantan busca voluntários, com  12 a 17 anos, para testes da vacina do contra a Chikungunya. Os voluntários irão participar dos estudos clínicos de Fase 3 da vacina, cujo objetivo é analisar a segurança e a imunogenicidade neste público específico. Os testes serão feitos em sete centros de pesquisa do Brasil, e a Capital cearense está inclusa na lista.

Para participar, os adolescentes precisam da autorização dos pais.  Ao todo, 750 adolescentes serão testados e o recrutamento começará pela cidade de São José do Rio Preto, interior de São Paulo. O imunizante será desenvolvido em parceria com a farmacêutica Valneva.

Conforme o Instituto, os ensaios clínicos já realizados com adultos nos Estados Unidos mostraram que a vacina gera proteção e é bem tolerada em todos os públicos e faixas etárias pesquisadas. Além disso, o imunizante conta com aprovação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP).

Os centros que vão selecionar os participantes estão localizados nas áreas do país com maior incidência da Chikungunya:

  1. Belo Horizonte (MG)
  2. Salvador (BA)
  3. Campo Grande (MS)
  4. Cuiabá (MT)
  5. Fortaleza (CE)
  6. São Paulo (SP)
  7. São José do Rio Preto (SP), que dará início à seleção dos voluntários.

As fases anteriores contaram com a participação dos adultos, que realizaram os testes da vacina de tecnologia de vírus atenuado. Para participar dos testes e saber mais, os interessados podem acessar o site: chikungunya.butantan.gov.br.

Chikungunya

 

O vírus Chikungunya (CHIKV), que causa a doença de mesmo nome, é transmitido aos seres humanos pela picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue e da zika. A circulação do vírus foi identificada no Brasil pela primeira vez em 2014, sendo que já está presente em mais de 100 países.

A doença tem esse nome devido à aparência curvada dos pacientes da primeira epidemia documentada na Tanzânia, entre 1952 e 1953 (chikungunya significa "aqueles que se dobram" em suaíli).

O vírus causa uma infecção febril aguda. Os principais sintomas da doença são febre alta, dores intensas nas articulações dos pés, mãos, dedos, tornozelos e pulsos, além de dor de cabeça, nos músculos e manchas avermelhadas na pele.

As manifestações começam de dois a 12 dias após a picada do mosquito, sendo que cerca de 30% das pessoas não apresentam sintomas. A doença pode ser mortal, especialmente quando o paciente já apresenta outras comorbidades.

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