Mesmo na praia, fortalezenses mantêm cuidados e uso de máscara neste domingo
Vendedores e transeuntes não dispensaram as proteções para evitar o contágio da Covid-19 durante a tarde deste domingo, 6, na Praia de Iracema, na capital cearenseA recente piora dos números da pandemia de Covid-19 obrigou o fortalezense a ligar o alerta para a manutenção dos cuidados e da proteção pessoal. No fim da tarde deste domingo, 6, frequentadores da Praia de Iracema fizeram questão de continuar com o uso da máscara e com o distanciamento social para evitar a contaminação do vírus.
Com a introdução da variante Ômicron, o Ceará vivencia uma chamada terceira onda de Covid-19, desta vez, com aumento tido como “explosivo” de pessoas infectadas. Em Fortaleza, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) chegou a declarar que a variante, apesar de menos agressiva, tem potencial de causar casos graves, "sobretudo em pacientes não vacinados ou com imunização incompleta".
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Diante deste cenário, o vendedor de pipoca Francisco Fábio de lima Araújo comenta que as responsabilidades não podem ser negligenciadas, principalmente porque uma eventual contaminação iria impactar na vida de toda a sua família. “A gente precisa ter cuidado para não pegar (o vírus), levar para casa e contaminar alguém”, diz ele, que é pai de dois filhos.
“Os cuidados são pensando na família, porque, como trabalho no meio de muita gente, fica ‘fácil’ pegar aqui e levar para eles”, completa, informando que ainda não deixou de usar máscara nem o álcool em gel. “Enquanto a gente não tiver a certeza de que o vírus não faz mais mal, é importante continuar com os cuidados tanto em lugar aberto como em lugar fechado”, afirma, enquanto terminava o preparo de uma panela de pipocas doces.
Essa consciência do espírito de luta contra o vírus, bem como pela higiene de seus produtos, é compartilhada pela dona Neuma desde antes da existência do vírus. Há sete anos trabalhando na Praia de Iracema, onde mantém uma banquinha de tapioca, ela exibia sua máscara N95 com orgulho.
“Eu acho essencial o uso da máscara e a consciência das pessoas, pois se houvesse consciência, essa doença não estaria se alastrando como ainda está hoje. Eu sempre usei máscara, pois trabalho com comida e isso é o certo”, declara. De acordo com ela, no momento em que, sem máscara, se comunica com os clientes, naquela conversa poderia haver algum tipo de transmissão de fluídos, como a saliva.
“O uso obrigatório da máscara eu acho correto, tanto é que temos cartaz na própria barraca pedindo para que o cliente use a máscara, ofereço álcool, uso luvas. Tenho todo um cuidado, mesmo estando na praia, em local aberto”, confirma.
Quando os raios de sol já não se faziam tão intensos sobre as cabeças dos fortalezenses que estavam na Beira Mar, a dupla de estudantes Rochele Moura e Marina Porto caminhava conversando e traçando planos aparentemente bobos em outras épocas, mas preciosos em meio à uma pandemia.
“Nós estávamos falando que queríamos tomar uma água de coco. Mas aí pensamos que seria preciso tirar a máscara perto das outras pessoas, o que ainda é um risco de contágio muito grante”, conta Rochele, confidenciando que andar sem a máscara, mesmo para beber água, ainda não é uma opção.
Cuidados ainda negligenciados
Não é preciso realizar uma pesquisa minuciosa para perceber que o uso da máscara e o distanciamento social têm sido flexibilizados, por conta própria, pelos Fortalezenses em toda a Cidade. Dos shoppings à Arena Castelão, de locais privados aos públicos, os cuidados de prevenção e combate ao vírus também não continuaram na Praia de Iracema na tarde deste domingo, 6.
Mas como conta a vendedora ambulante Neuma à equipe do O POVO: “Tem gente que não quer nem lavar as mãos ou mesmo tomar banho, imagine usar máscara”. Ela disse isso em meio a risos, mas tanto o repórter e o fotógrafo que estavam presentes, bem como o leitor desta reportagem, sabem da realidade aparente neste momento da pandemia que já perdura desde 2020.