"Sempre andou com roupa de igreja e terço no pescoço", diz irmã de homem esquartejado por ex
"Ela nunca demonstrou ser pessoa ruim, sempre andou com roupa de igreja e terço pendurado no pescoço, dizia que ia à missa. Nunca demonstrou ser uma pessoa perigosa. Mas meu irmão começou a dormir na casa da nossa mãe e disse que não queria mais ela. Ele conheceu outra pessoa e ela demonstrou quem era", disse"Ela nunca demonstrou ser pessoa ruim, sempre andou com roupa de igreja e terço pendurado no pescoço, dizia que ia à missa. Nunca demonstrou ser uma pessoa perigosa. Mas meu irmão começou a dormir na casa da nossa mãe e disse que não queria mais ela. Ele conheceu outra pessoa e ela demonstrou quem era. Jogou as roupas dele fora, as ferramentas e passava em frente a casa da minha mãe 5 horas da madrugada de bicicleta". O relato é da irmã do Mairton Maciel da Silva, de 31 anos, morto por esquartejamento. Rosa Marília concedeu entrevista ao O POVO sobre o caso depois que a ex-companheira dele foi presa, nesta quinta-feira, 3, suspeita do crime. Cremilda Ferreira da Silva, de 56 anos, estava acima de qualquer suspeita e consolava a irmã da vítima após o desaparecimento de Mairton. Ela obtinha informações e orientava a família a parar de ir à delegacia que investigava o caso.
Mairton desapareceu em novembro de 2021 e a Polícia Civil começou a investigar o caso. Conforme tudo ia sendo esclarecido, Cremilda, a ex-namorada dele, se aproximava da irmã do zelador para buscar informações sobre as idas à delegacia e os avanços em relação à autoria do crime. A mulher nunca aceitou o fim do relacionamento e quando soube que o ex-companheiro estava com outra pessoa passou a persegui-lo. No dia do desaparecimento, Cremilda havia deixado um bilhete na moto do zelador marcando um encontro com a vítima.
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"Ele conheceu uma nova pessoa e começou a namorar. Ela continuou perseguindo. Furou o pneu da motocicleta. Ia no trabalho dele, ficava ameaçando e dizia que não aceitava o fim do relacionamento e dizia que não conseguia esquecer meu irmão, mandava fotos. Nossa mãe mandava procurar os direitos dele na Polícia, mas Mairton desacreditava que pudessem fazer algo contra Cremilda. Ela dizia a ele que não existia Justiça no País. Dizia que usava remédio controlado e se confiavam muito nos medicamentos. Nosso medo é ela passar quatro meses presa e ser solta", revela a irmã da vítima.
"No dia do desaparecimento dele, 27 de novembro, Cremilda havia ligado e dizia que havia perdoado ele e que ele fosse conversar com ela. E minha mãe dizia que ele não fosse, pois ela não havia perdoado. Ele dizia que ela não deixava ela viver em paz e que era uma psicopata", explica Marília.
Após o Sumiço, Cremilda confortava a família e dizia para a irmã que "ele era uma boa pessoa, mas que eu tinha que seguir a vida. Que não parasse de trabalhar para procurar essas coisas. E sempre me incentivava a parar de procurar. Eu vou cobrar Justiça para ela permanecer presa", comenta.
"Ela (Cremilda) dizia que a Justiça de Deus seria feita. Até em janeiro se demonstrava inocente e nunca chegamos a culpar ela. Ela dizia que sempre contasse com ela e que conversasse com ela, que queria que isso se resolvesse. Quando começou a ser chamada para dar depoimento, as ligações e mensagens confortantes pararam", descreve
Marilia orientava que Cremilda não perseguisse o ex-companheiro, mas que seguisse a vida dela. No entanto, ela ia no emprego dele e dizia que "o que era dele estava guardado" pelo menos duas vezes na semana. "Eu só fiquei sabendo de muita coisa depois do sumiço dele", afirma.
O corpo foi encontrado em Maracanaú, esquartejado, somente com a parte inferior do cadáver. O DNA confirmou que era Mairton e a família não teve a oportunidade de velá-lo, apenas o sepultamento foi realizado. Ainda não se sabe onde foi deixada a parte superior do corpo. A investigação apontou que a mulher contratou um ex-namorado, que respondia por homicídio, para a prática do crime. Ele também foi preso. A irmã de Mairton diz que Cremilda vendeu um apartamento por R$ 20 mil e que teria recebido entre R$ 16 a 17 mil, dinheiro que a irmã acredita que foi usado para pagar o crime. A outra parte teria guardado para advogados no caso de ser descoberta.
"Ela ligava perguntando de notícias que nós não sabíamos. Perguntava se a gente havia ido à delegacia e eu sempre negava. Eu espero que ela passe no mínimo uns 15 anos presa. Mas como ela já planejou tudo e ela anda com uma sacolinha cheia de remédio, ela vai dar uma de doida e com seis meses vai para a rua. A Justiça do homem é falha, mas a de Deus eu sei que ela não vai escapar. Ela mesmo sabe disso. É uma dor que não desejo a ninguém. A família sempre quis achar ele vivo", finaliza.