Mesmo com paralisação, escolas municipais de Fortaleza iniciam ano letivo de 2022

Servidores do ensino municipal decidiram adotar um calendário de paralisação, previsto para se estender até o dia 3 de fevereiro

10:24 | Fev. 01, 2022

Por: Marcela Tosi
Início do ano letivo de 2022 nas Escola Municipal Geisa Firmo Gonçalves, no bairro Planalto Ayrton Senna. (foto: Fabio Lima/ O POVO)

A manhã desta terça-feira, 1º, marca o início do ano letivo de 2022 para mais de 242 mil estudantes da rede municipal de Fortaleza. Mesmo com servidores seguindo um calendário de paralisação, a recepção dos alunos nesse primeiro dia de aulas na educação infantil, no ensino fundamental e na Educação de Jovens e Adultos (EJA) acontece normalmente.

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"Contamos com monitores que já atuam no auxílio pedagógico das crianças, e as escolas estão abertas para receber nossos estudantes", explica Dalila Saldanha, titular da Educação na Capital. São os monitores os responsáveis pelas salas de aula nos colégios em que os professores aderiram à paralisação. "A gente vem conduzindo um processo de diálogo com a categoria e de atender tudo o que é prioritário para Educação para que logo, logo volte à total normalidade", garante.

Presente na Escola Municipal Geisa Firmo Gonçalves, Dalila analisa que o modelo 100% presencial é necessário e seguro neste momento. "Temos um sistema de rastreamento de casos, garantimos EPIs tanto para os estudantes quanto para os colaboradores e organizamos a estrutura das escolas, mas o mais importatne de tudo isso é o avanço da vacinação", afirma.

A titular da Educação da Capital disse ainda que máscaras PFF2 e similares estão sendo adquiridas e serão distribuídas aos professores e demais funcionários durante esta semana. Ao todo são cerca de 40 mil máscaras por mês, sendo duas para cada servidor – conforme estabelece a Secretaria da Saúde do Ceará.

Para os professores e demais servidores das escolas, também é obrigatório apresentar o comprovante de vacinação contra a Covid-19. Para os estudantes, a apresentação do cartão de vacina atualizado é uma obrigatoriedade para a matrícula e rematrícula de alunos até 18 anos. A falta dele não impossibilita a matrícula, mas deve ser entregue em até 30 dias. Caso não seja apresentado, as escolas devem comunicar os casos ao Ministério Público e ao Conselhor Tutelar.

Estudante do 5º ano do ensino fundamental, Emerson Giovane, 10 anos, voltou para os corredores da EMEIF Geísa Firmo Gonçalves nesta terça, 1º. "Gosto muito de vir para a escola, porque posso ver meus amigos, mais que em casa", conta. "Eu sempre tenho um vidrinho de álcool gel na bolsa, para quando precisar. Às vezes eu esqueço, mas tem aqui na sala."

Rayka de Pádua Alves, de 9 anos e colega de sala de Emerson, conta que também estava "sentindo falta minhas professoras, das amigas, de estudar". "Em casa estava um pouco mais dificil de estudar. Agora, as coisas estão um pouco seguras por causa da vacina, mas eu ainda tenho um pouco de medo, porque eu já perdi minha avó e meu avô", relata.

Vacinação infantil

A secretaria Dalila Saldanha chamou ainda atenção para o fato de que "a rede de ensino municipal atende mais de 128 mil crianças na faixa etária alvo da vacina pediátrica". "O número representa cerca de 45% das mais de 280 mil crianças fortalezenses que devem receber o imunizante", completa.

Profissionais da rede municipal, que auxiliaram no cadastramento da vacinação dos adultos e adolescentes, agora fazem busca ativa a ajudam no processo com as crianças de 5 a 11 anos. Além disso a Secretaria Municipal da Educação (SME) fornece, diariamente, o transporte dos alunos agendados e seus responsáveis aos pontos de vacinação. A estratégia, que envolve cerca de 50 ônibus e 2 mil crianças por dia, "será realizada enquanto houver estudantes para vacinar", afirma a pasta.

Paralisação dos professores

Em reunião na última sexta-feira, 28, os profissionais da rede municipal de ensino de Fortaleza decidiram adotar um calendário de paralisação, previsto para se estender até o dia 3 de fevereiro. 

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Nesta terça-feira, 1º, membros do Sindicato União dos Trabalhadores em Educação de Fortaleza (Sindiute) estão na reabertura dos trabalhos da Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) para reivindicar melhorias, além do reajuste anunciado pelo prefeito José Sarto (PDT). Dentre as demandas que a categoria reivindica, estão: concurso público para todos os cargos da educação; subvinculação e rateio do precatório de 2015 do antigo do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef); e abono para a contribuição previdenciária de 14% dos aposentados.