CGD investiga participação de policial em morte de soldado da PM no Quintino Cunha

Investigação da morte do soldado Cadorne apresentou uma reviravolta, e, agora, a CGD entra no caso para investigar suposta participação de um PM no latrocínio

18:15 | Fev. 01, 2022

Por: Jéssika Sisnando
Antônio Cadorne Rodrigues Júnior, de 34 anos, ingressou na PMCE em 2018 e foi vítima de latrocínio no bairro Quintino Cunha. Ele é o segundo agente de segurança morto neste ano (foto: via WhatsApp O POVO )

A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) informou que a Delegacia de Assuntos Internos (Dai) estará à frente do inquérito policial da morte do soldado Antônio Cadorne Rodrigues, pois investiga o suposto envolvimento de um policial militar no crime de latrocínio (roubo seguido de morte). Cardone foi morto na madrugada da segunda-feira, 31, no bairro Quintino Cunha, em Fortaleza. 

Nesta terça-feira, 1º, Francisco Anderson Silva Santos Ferreira, o "Iceberg", que estava preso suspeito do crime, foi solto em audiência de custódia após a Justiça constatar que a investigação policial indicava uma "pessoa de aparência magra" como envolvida no latrocínio que vitimou o militar na rua Aine Vieira Coares. A companheira do soldado Cadorne também foi baleada na ação. 

A informação que os policiais militares receberam, inicialmente, era de que "Iceberg", que seria obeso e usaria bolsa de colostomia, seria o comparsa do adolescente que participou da ação e trocou tiros com o soldado Cardone. No entanto, as investigações policiais mostraram que o homem que aparecia como comparsa era magro e teria outa identidade.

O responsável pelas informações repassadas aos policiais foi o adolescente baleado, que participou do latrocínio. Antes de morrer, ele informou o nome de Anderson como envolvido.

A companheira do policial militar, que foi baleada na região das costas, acima do quadril, foi socorrida ao Instituto Doutor José Frota (IJF) e não conseguiu prestar qualquer informação, pois estava sob efeito de medicamentos.

A investigação do DHPP  apontou que não é "Iceberg" que aparece na ocorrência. O juízo soltou ele em audiência de custódia e ainda oficiou à Controladoria Geral de Disciplina, pois "Iceberg" denunciou supostas agressões que teria sofrido. Além disso, o órgão também entra na investigação devido à suspeita de envolvimento de um militar no latrocínio que vitimou Cadorne. 

Em nota, a CGD confirmou que a Delegacia de Assuntos Internos (DAI), a partir de agora, estará à frente do inquérito policial que investiga o suposto envolvimento de um policial militar na morte do PM Antônio Cardone Rodrigues.

Além disso, a CGD instaurou processo disciplinar para apuração na seara administrativa, estando este, atualmente, em trâmite processual.