Justiça aceita denúncia contra 23 acusados por chacina na Sapiranga

Caso completou um mês nesta terça-feira, 25. Dez dos acusados estão presos, além da apreensão de adolescentes que teriam se envolvido na matança

A Justiça recebeu nessa segunda-feira, 24, a denúncia do Ministério Público Estadual (MPCE) contra os 23 homens acusados de participação na chacina que deixou cinco mortos no bairro Sapiranga. O caso completa um mês nesta terça-feira, 25.

Conforme a juíza Danielle Pontes de Arruda Pinheiro, da 1ª Vara do Júri, a acusação traz "indícios da autoria e provas da materialidade do ilícito penal", sem nenhum motivo para rejeição da denúncia, conforme preceituado pelo Código Código de Processo Penal.

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Com isso, os agora réus terão dez dias para apresentar resposta à acusação. Na decisão, a juíza ainda determinou, entre outras medidas, a incineração das drogas apreendidas pela Polícia durante as buscas da investigação.

A denúncia do MPCE havia sido ofertada na última quinta-feira, 20. Conforme a investigação, o crime foi praticado em uma tentativa dos "Neutros" ou "Massa Carcerária", uma dissidência da facção criminosa Comando Vermelho (CV), de conquistarem a comunidade do Alecrim dos antigos aliados.

São apontados como mandantes da chacina: Raí Cesar Silva Araújo, conhecido como "Jogador", João Ricardo Sousa da Silva, conhecido como "Das Facas", que seriam chefes do crime organizado na comunidade da Fronteira; e Francisco Wellington Bezerra da Silva FIlho, o "Bombado", apontado como pessoa próxima a Israel da Silva Andrade, principal alvo da chacina, já que seria chefe do crime organizado na comunidade do Alecrim.

Conforme a denúncia, a chacina foi combinada em um grupo de Whatsapp. “Fizemos uma aliança com a massa q vai nos apoiar diante dessa opressaõo” (SIC), diz Raí em uma das mensagens encontradas pela Polícia.

"Melhor nois mata do que eles", “é o que eu tô dizendo, esse cara aí que era pra matá nois, tomar nossas coisas, tem que fazer esse negócio ai" (SIC), diz, por sua vez, João Ricardo. Conforme o MPCE, "a ordem foi de executar todos aqueles que não aderissem à nova organização criminosa Tudo Neutro".

Na chacina, morreram André Alexandre Rodrigues, Israel da Silva Andrade, John Lennon Holanda (mortos no Campo do Alecrim, onde ocorria uma festa de Natal) e Mateus Ribeiro dos Santos e Ederlan Fausto (mortos na comunidade da Fronteira).

Foram presos pela chacina: João Ricardo Sousa da Silva, o "Das Facas", "RJ" ou "JR"; Raí Cesar Silva Araújo, o "Jogador"; Gabriel Sousa Freitas, o "Biel"; Charles Dantas Oliveira; Thiago Farias de Lima, o "Guaiuba"; Mateus Aguiar de Sousa; Alessandro Vieira da Silva, o "Rato"; Mateus Acelino da Silva, o "Malagueta" ou "MT"; Antônio Gabriel Sousa da Silva, o "Guabiru" ou "Sagaz"; e Nilson Lima Nogueira Filho, o "Berinjela".

Tiveram prisão decretada por envolvimento na chacina e são procurados: Francisco Wellington Bezerra da Silva Filho, o "Bombado"; João Victor Aguiar de Sousa, o "Tito"; Tiago Pereira Mendes, o "Cara de Pizza"; Israel Silva Ferreira; Jeandson Nunes Bento dos Santos, o "Jean" ou "Toin"; Vinícius Rian Inácio da Silva, o "VN"; Kevem Tyago Costa Pompeu, o "Maluquinho"; José Ivan Alves da Silva Filho, o "FF" ou "Filho"; Kaique de Sousa Domingos, o "Neguinho"; Miguel Sousa da Silva, o "Miguelzinho"; André Soares Júnior, o "Loirinho"; Eduardo José do Nascimento, o "Carioca"; e Yuri Marques Bento, o "Berre".

Além deles, a investigação apontou o envolvimento de seis adolescentes na chacina. Também foi constatada a participação de outras pessoas que ainda não foram identificadas.

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