Fortaleza teve mais de oito mil casos de calazar em três anos

Agentes de endemias fazem busca ativa em 35 bairros da Capital. Ação ocorre em locais com maior incidência de calazar, de acordo com a Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza

18:28 | Jan. 19, 2022

Por: Leticia Borges
Cachorro recebe coleira de prevenção contra calazar (foto: Divulgação / Prefeitura de Fortaleza)

Fortaleza detectou 8.041 casos de Leishmaniose Visceral Canina (LVC), também conhecida como calazar, entre os anos de 2019 e 2021, conforme balanço da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Nesse período, foram realizados 153.494 testes para detecção da doença, uma positividade de 5,3%. Para evitar a proliferação de novos casos na Cidade, a Prefeitura de Fortaleza realiza mutirão de encoleiramento de cães em 35 bairros de Fortaleza, locais com maior incidência de calazar.

 

Em nota, a secretaria reforça que todo ano promove diversas ações contra o calazar na Capital, por meio do Centro de Controle de Zoonozes (CCZ), como a aplicação de coleiras repelentes, fornecidas pelo Ministério da Saúde, contra o inseto transmissor da LVC (flebótomos), e a realização de testes rápidos para diagnóstico da Leishmaniose Visceral Canina.

O mutirão de distribuição de coleiras repelentes em 35 bairros ocorre durante todo o semestre e é parte do Programa Nacional de Encoleiramento de Cães, realizado em parceria com o Ministério da Saúde. O Programa começou em agosto de 2021 e terá a duração de quatro anos, divididos em oito ciclos com a duração de um semestre. Distribuição é feita por agentes de endemias que realizam busca ativa nos bairros. A cada ciclo, os animais participantes receberão uma coleira nova. A Prefeitura prevê a distribuição de 90 mil coleiras nessa primeira etapa.

De acordo com o médico veterinário Carlos Henrique Mota Silva, especialista em clínica e cirurgia de pequenos animais, a Leishmaniose é transmitida pela picada de um flebótomo contaminado (conhecido como mosquito-palha) e pode acometer cães e humanos. O profissional destaca que ações como a vacinação dos cães e o uso das coleiras repelentes podem ajudar a evitar a proliferação do calazar. O veterinário explica que "as coleiras são impregnadas com deltametrina a 4%, que tem ação repelente contra o flebotomíneo".

Além do cão, muitos animais silvestres podem ser vetores de calazar. De acordo com o Ministério da Saúde, os animais silvestres que podem ser reservatórios da leishmaniose cutânea são os roedores silvestres, tamanduás e preguiças. Já na leishmaniose visceral, a principal fonte de infecção é a raposa do campo.

Como saber se seu animal está com calazar?

Confira sintomas que podem levar o tutor a desconfiar que o seu animal está doente:

  • Crescimento exagerado das unhas
  • Pêlos quebradiços
  • Nódulos na pele
  • Úlceras
  • Febre
  • Atrofia muscular
  • Fraqueza
  • Anorexia
  • Falta de apetite
  • Vômito
  • Diarreia
  • Lesões oculares
  • Sangramentos 

Bairros contemplados com a distribuição de coleiras repelentes

  • Ancuri
  • Barra do Ceará
  • Barroso
  • Bela Vista
  • Benfica
  • Bom Jardim
  • Bom Sucesso
  • Coaçu
  • Conjunto Ceará I
  • Conjunto Ceará II
  • Cristo Redentor
  • Curió
  • Jardim América
  • Jardim das Oliveiras
  • Jardim Iracema
  • José Walter
  • Fátima
  • Granja Portugal
  • Manoel Sátiro
  • Messejana
  • Padre Andrade
  • Pan Americano
  • Parque Dois Irmãos
  • Parque Genibaú
  • Parque Presidente Vargas
  • Parque Santa Rosa
  • Parque São José
  • Paupina
  • Pici
  • Planalto Ayrton Senna
  • Praia de Iracema
  • Praia do Futuro I
  • Quintino Cunha
  • Rodolfo Teófilo
  • Siqueira