Após fugir de delegacia, suspeito de matar comerciante está foragido há 12 dias
Após o crime, a padaria Dona Adélia segue fechada e sem previsão para funcionamento. A família está enlutada e com medo
22:23 | Jan. 19, 2022
Lucas Rosa Gonçalves de Sousa, de 22 anos, conhecido como "Zé Pequeno", está foragido há 12 dias após fugir da Delegacia de Capturas, no Centro de Fortaleza, no último dia 7. Ele foi preso pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em flagrante, no dia 4 deste mês, menos de 24 horas após o latrocínio (roubo seguido de morte) que vitimou o proprietário da padaria Dona Adélia, no bairro Mondubim. Seu Reginaldo, o dono do estabelecimento, foi morto com um tiro na cabeça durante o assalto.
O crime que vitimou José Reginaldo Campos, de 62 anos, chocou os moradores do Mondubim, familiares e amigos. O estabelecimento comercial foi assaltado 12 vezes e era a segunda vez, em 15 dias, que o mesmo criminoso roubava a padaria. No caso que aconteceu em dezembro, seu Reginaldo e a esposa, dona Lucimeire Januário, foram até o 8º Distrito Policial com imagens, que segundo ela, poderiam identificar a placa da motocicleta, no entanto, foram informados que para uma Perícia, poderiam esperar até cinco anos. No dia 3 de janeiro, o mesmo criminoso invadiu a padaria e, durante o assalto, atirou contra o dono do estabelecimento.
Segundo o advogado da família, Ramon David, no dia seguinte da morte foram presos três suspeitos de envolvimento no crime. Lucas Rosa Gonçalves de Sousa, de 22 anos, era um deles. O indivíduo foi reconhecido, inclusive, nas imagens das câmeras de segurança, que mostram o latrocínio. Lucas seria o responsável por render e atirar. E é a mesma pessoa que foi ao local 15 dias antes e realizou um assalto. A prisão dele consolava, em partes, a família, que sofre com a saudade do seu Reginaldo. A esposa dele, em entrevista ao O POVO, relatou que dorme todas as noites com a foto do marido. Os dois eram casados há 38 anos e tiveram a união encerrada de forma repentina e violenta.
No dia 7 de janeiro, Lucas seria transferido da Delegacia de Capturas (Decap), localizada no Centro, para uma unidade da Secretaria da Administração Penitenciária (Sap). O advogado da família da vítima disse que recebeu informações de inspetores de que ele e outro preso quebraram as algemas e fingiram que estava contidos, no entanto, quando foram embarcar no ônibus que faria a transferência, os dois fugiram.
Com 12 dias de foragido, a padaria Dona Adélia segue fechada, pois a família não tem condições psicológicas e nem de segurança para abrir o estabelecimento. A morte de seu Reginaldo, comprometeu as finanças da esposa, pois os dois forneciam pão para a Marinha, Exército Brasileiro e Aeronáutica. Com a morte, as licitações foram canceladas.
O advogado junto do outro defensor, Paulo César Januário, procuram as autoridades desde o dia do crime para acompanhar o caso. Segundo David, a fuga aconteceu no dia 7, mas o Boletim de Ocorrência (B.O) para notificar que Lucas estava foragido foi registrado dia 10, ou seja, ele passou dois dias sem nenhum tipo de indicação de que estava foragido.
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A família do seu Reginaldo tem sofrido com a situação, pois além do sentimento de impunidade, de saber que o homem responsável pela morte do comerciante ficou preso apenas três dias, eles também temem que ele busque a família. O assalto a padaria aconteceu duas vezes. O indivíduo atua na área e, segundo o advogado, ele oferece risco pode matar outras pessoas inocentes durante assaltos.
O POVO solicitou informações à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) sobre o andamento das investigações sobre o paradeiro de Lucas e aguarda resposta.