Morte de gestante que teve corpo incendiado após anunciar gravidez completa um ano
Universitária foi morta por asfixia e teve o corpo incendiado enrolado em um colchão. Namorado ainda teria enviado mensagens simulando um sequestro e atribuindo o crime a uma facção. Ele está preso por feminicídio
09:41 | Jan. 11, 2022
Nesta quinta-feira, 13 de janeiro, a morte de Maria Efigênia Soares, de 28 anos, completa um ano. A gestante foi morta e teve o corpo incendiado pelo namorado após anunciar a gravidez, de acordo com a investigação policial. Estudante de Fisioterapia, ela começava o pré-natal e tinha planos de contar sobre a gestação para a família. Wando Cordeiro Vasconcelos, de 35 anos, motorista de aplicativo, ainda teria tentado forjar um sequestro. O corpo da vítima foi encontrado entre Itaitinga e Pacajus.
A família, que não sabia da gestação, ficou preocupada com o desaparecimento da universitária. Eles foram ao 8º Distrito Policial e também acionaram a Divisão Antisequestro. O pai de Efigênia havia recebido mensagens do aparelho celular dela informando que ela havia sido sequestrada por integrantes de uma suposta facção. Uma quantia para resgate chegou a ser pedida.
Conforme as investigações seguiram, a Polícia considerou o namorado como suspeito. As amigas da jovem procuraram a mãe dela e a informaram sobre a gravidez. Wando teria prometido a estudante que os dois contariam juntos sobre o bebê. A investigação apontou que eles teriam marcado um encontro, e o motorista de aplicativo matou a namorada asfixiada e em seguida queimou o corpo dela enrolado a um colchão. A Polícia identificou ainda que Wando exigiu o resgate com Efigênia morta. Ele foi preso e autuado pelo feminicídio.
Um ano depois do crime, a mãe da universitária, dona Jaqueline Santana, diz que a família e os amigos da gestante se uniram para pedir Justiça. Wando segue preso e uma decisão judicial determinou que o julgamento fosse feito por meio do Júri Popular. A defesa vem recorrendo dessa decisão. Dona Jaqueline diz que ainda não há previsão para o dia da sentença, mas pede celeridade.
Caso estivesse viva, Efigênia teria concluído a graduação de Fisioterapia, segundo a mãe dela. Os amigos do curso fizeram uma homenagem e entregaram uma placa a dona Jaqueline. A estudante estagiava em uma clínica e planejava seguir na área. Quando foi morta, ela estava com seis semanas de gestação e, atualmente, estaria com seu bebê no colo.
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Dona Jaqueline diz que o período do Natal e do Ano Novo foi muito difícil. Ela contou que lembra da filha todos os dias. Amigos e parentes fizeram um grupo no WhatsApp e uma conta no instagram, "Justiça por Efigênia", para não deixar que o caso seja esquecido. Ela tem conversado com outras mães, que também tiveram filhas vítimas de feminicídio. Números divulgados pelo O POVO em julho de 2021 mostram o Ceará como o Estado com a segunda maior taxa de feminicídios no Brasil.