Sintomas gripais: fila por atendimento na UPA do Itaperi dura mais de seis horas

Outro problema descrito foi a falta de termômetros para a aferição da temperatura. ISGH), responsável pela gestão de parte das UPAs, disse que toma medida para otimizar atendimento

15:55 | Jan. 04, 2022

Por: Danrley Pascoal
Com superlotação e demora no atendimento, paciente espera mais de seis horas por atendimento em UPA do Itaper (foto: Reprodução/Vídeo via WhatsApp O POVO )

Alguns pacientes relataram demora no atendimento da Unidades de Pronto Atendimento (UPA) do Itaperi nessa segunda, 3. Sobrecarregada com pessoas que apresentavam sintomas gripais, o equipamento teve tempo de espera na fila de cerca de seis horas pela alta demanda. 

Um morador do José Walter, que não quis se identificar, apresentou sintomas gripais e resolveu procurar a UPA do bairro. O estudante relatou uma verdadeira peleja para conseguir atendimento. Chegou à unidade às 14 horas, mas não conseguiu atendimento e, para realizar a consulta médica, foi até a UPA do Itaperi. No local, ele esperou aproximadamente seis horas para receber atendimento.

“Cheguei lá umas 15 horas, e tinha gente que tinha chegado às 8 horas e não tinha sido atendido. Fui atendido às 21 horas com a pulseira amarela. Tava tendo confusão porque tinha muita 'peixada' lá dentro, tinha gente que não tinha nem pulseira, falava com alguém lá de dentro e já entrava”, disse.



O jovem ressaltou ainda que o local estava com superlotação e longa espera inclusive para idosos. Outro problema descrito foi a falta de termômetros para a aferição da temperatura: “Quando eu cheguei pra ele ver minha temperatura não tinha mais termômetro. Como é que um hospital em meio a uma crise gripal não tem o básico de um termômetro? Tinha uma senhora de idade que há horas estava esperando e nada de ser atendida”, falou.

O estudante também relatou que ouviu de funcionários que, para ser prioridade, ou seja, receber a pulseira laranja, precisava "ficar com a cara de quase morrendo". A frase segundo o rapaz, foi dita por um dos enfermeiros da UPA.

“O médico nem olha para a gente, passa milhões de remédios, nem sequer avalia, não aplica uma injeção e manda embora. Tanto na do José Walter quanto na do Itapery eram apenas dois médicos. Todo mundo estava lá com os mesmos sintomas gripais”, conclui. 

O que diz os órgãos responsáveis pela gestão das UPAs

Em nota, o Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), responsável pela gestão de parte das UPAs do Ceará, diz que os problemas acontecem pelo o aumento na demanda de atendimento de casos de síndrome gripal e ressalta que a situação não é particularidade do Estado, é observada em unidades públicas e privadas de todo o País.

O ISGH informou ter conhecimento da situação e diz que medidas para diminuir o tempo de espera já foram tomadas. Dentre as ações, estão a otimização e reforço nas equipes e processos de admissão e triagem dos pacientes.

"Esclarecemos que buscamos otimizar o atendimento médico, mesmo com o aumento da demanda nos últimos dias atrelada ao período de sazonalidade, para acolher a todos os pacientes que procuram nossas unidades de saúde", explicou.

A Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza (SMS) informou estar otimizando o atendimento médico, para melhor acolher a todos os pacientes que procuram as unidades de saúde da Rede Municipal. "A SMS esclarece que as unidades prestam serviço de porta-aberta voltados para atendimento adulto e infantil", acrescenta.

Com relação à UPA do Itaeri, o órgão disse que nesta terça-feira, 4, a mesma está atuando com seis médicos no atendimento à população. A questão da falta de termômetro relatada pela fonte não foi respondida. (Colaborou Luciano Cesário)

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