Farmácias de Fortaleza registram falta de Tamiflu após aumento de síndromes gripais
Além da escassez, preço do medicamento registra aumento de quase 70% em virtude da alta procuraApós o registro dos primeiros casos de Influenza A no Ceará, farmácias de Fortaleza registram alta na procura pelo medicamento fosfato de oseltamivir, o Tamiflu, usado na prevenção e no tratamento de pacientes com Síndrome Gripal (SG) ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). O POVO consultou quatro redes de drogarias nesta segunda-feira, 27, em diferentes bairros da Capital e em nenhuma delas a substância estava disponível.
Foram pesquisadas as farmácias Pague Menos, no bairro Aldeota, Extrafarma, no Joaquim Távora, Drogasil, no Bairro de Fátima e a Farmácia Central, no José Bonifácio. Em apenas uma das quatro drogarias analisadas há previsão de que o estoque seja reposto, a Drogasil, que espera a chegada de um novo lote do medicamento para esta terça-feira, 28. Contudo, devido à alta procura, as vendas serão realizadas mediante reserva, segundo informou um atendente.
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Nas outras três unidades, funcionários disseram que ainda não receberam resposta dos fornecedores sobre pedidos por mais remessas do medicamento. “O problema é geral, em muitas farmácias do Brasil. Depois que começaram os casos [de gripe], a procura tem sido muito grande. De cada dez ligações que recebemos, pelo menos umas seis são pedidos de pessoas querendo Tamiflu, mas no momento não temos e nem sabemos quando vai chegar”, disse a atendente de uma das drogarias consultadas.
O POVO procurou a farmacêutica Roche Farma Brasil, responsável pela produção do Tamiflu no País, para saber quais são as causas do desabastecimento e se há expectativa para a reposição dos estoques nas farmácias. A empresa informou que permanece atendendo aos pedidos "em sua totalidade" e que o abastecimento e a distribuição do medicamento seguem normalizados em todo o País (leia abaixo a nota na íntegra).
Além da escassez, o aumento na demanda também tem puxado uma alta considerável no preço do Tamiflu nas drogarias da Capital cearense. Antes do surto de síndromes gripais, o medicamento era comercializado a valores que variavam de R$ 160 a R$ 180. Agora, com o avanço da Influenza, o remédio é encontrado por até R$ 270, quase 70% a mais do que o preço normal. Na pesquisa realizada pelo O POVO, a oferta mais vantajosa não custava menos de R$ 244 para uma caixa com dez cápsulas.
O remédio também é disponibilizado pela rede pública, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS). Questionada pela reportagem sobre o nível de regularidade da oferta, a assessoria de imprensa da pasta informou que atualmente o medicamento está disponível em todas as 116 Unidades Básicas de Saúde (UBS) da Capital.
Ação no organismo
Indicado para o tratamento e profilaxia (prevenção) da gripe em adultos e crianças com mais de um ano de idade, o Tamiflu só pode ser vendido mediante prescrição médica. O antiviral reduz a proliferação dos vírus influenza A e B, por meio do bloqueio da ação viral das células já infectadas, criação de uma barreira de proteção nas células ainda não infectadas e inibição da propagação do vírus no organismo. A ação ajuda a reduzir a duração dos sintomas gripais, além de evitar agravamento e possíveis complicações da doença.
Nota da Roche Farma Brasil:
"Frente à epidemia de gripe, causada pelo vírus Influenza H3N2, registrada em diferentes localidades do país, a Roche Farma Brasil esclarece que sua operação logística em relação ao medicamento Tamiflu (fosfato de oseltamivir), considerando abastecimento e distribuição, segue normalizada em todo o território nacional.
A empresa permanece atendendo aos pedidos recebidos em sua totalidade, sem atrasos no que se refere ao prazo de entrega pré-estabelecido com clientes. Comprometida em responder com urgência à sazonal e crescente demanda pela medicação, a Roche segue trabalhando com prioridade para que Tamiflu (fosfato de oseltamivir) esteja disponível aos pacientes que necessitam o mais rápido possível."
Atualizada às 15h30min
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