Aumento de síndromes gripais causa falta de testes para Influenza nas farmácias de Fortaleza

Estoques estão zerados nas maiores redes de farmácia da Capital; ainda não há previsão para que a situação seja normalizada

21:21 | Dez. 27, 2021

Por: Luciano Cesário
De acordo com a assessoria da entidade, o Sesi "está em busca de fechar uma nova negociação para receber novo lote de testes" (foto: Vinicius Magalhaes/Agência Brasil)

O aumento dos casos de síndromes gripais em Fortaleza tem provocado uma corrida pelo teste rápido que detecta a Influenza H1N1 nas maiores redes de farmácia da Capital. O exame, chamado de "3 em 1", é capaz de identificar os dois tipos do vírus causador da gripe (A e B), além do novo coronavírus. Com a alta na procura registrada nas últimas semanas, estabelecimentos ficaram com os estoques zerados e esperam a chegada de novas remessas do produto.

O POVO consultou três farmácias em bairros diferentes da Capital, nesta segunda-feira, 27, e todas informaram que o teste estava em falta. Atendentes disseram que a busca se intensificou principalmente nos dias que antecederam o Natal. O exame é feito mediante agendamento, mas como os estoques se esgotaram, a marcação prévia também está suspensa até a chegada de novos lotes.

Na farmácia Pague Menos, da avenida Santos Dumont, bairro Aldeota, os últimos testes foram vendidos na tarde desta segunda, 27. Funcionários do estabelecimento informaram que ainda não há previsão para a normalização da oferta. Como alternativa, os consumidores que se dirigem ao local têm realizado o teste para Covid-19. Em caso de resultado negativo, o mais provável é que o quadro seja Influenza.

Em uma outra outra farmácia da mesma rede, localizada no Bairro de Fátima, o produto também já não estava mais disponível nesta segunda, 27. O único lote colocado à venda pelo estabelecimento se esgotou na semana passada após alta considerável na procura.

Na Drogasil do bairro Sapiranga, os testes também acabaram na semana passada. Segundo um atendente da farmácia, o estoque foi zerado num intervalo de apenas 72 horas. Sem saber da falta do produto, clientes continuavam buscando o estabelecimento à procura do exame nesta tarde. Ainda de acordo com o funcionário, o desabastecimento afeta todas as unidades da rede na Capital, e ainda não há previsão de quando a situação será normalizada, uma vez que a escassez também vem sendo enfrentada em outras cidades do País.

Um cliente da Pague Menos ouvido pelo O POVO afirmou que buscou três farmácias da rede nesse domingo, 26, em busca do teste, e encontrou o produto em apenas uma. Com sintomas gripais, ele queria saber se havia contraído Influenza ou se os sintomas poderiam estar associados à Covid-19.

“Na única que tinha, eles falaram que eu teria que fazer um agendamento. Ao perguntar se tinha de prontidão em outra unidade, a atendente listou outras três farmácias. Em duas, me falaram que não tinha mais teste. Aí fui pra última, localizada na Barão de Studart, onde também me disseram que não tinha mais o teste '3 em 1', apenas o de Covid, que eu acabei fazendo e deu negativo”, relatou o cliente, que pediu para não ser identificado.

O POVO tentou contato com a assessoria de imprensa da rede de farmácia Pague Menos, por meio de aplicativo de mensagens e ligação telefônica, mas não teve os chamados atendidos ou retornados até a publicação desta matéria. Já a Drogasil, também por meio da assessoria, informou que não irá se pronunciar sobre o assunto.

Teste '3 em 1'

Vendido a um preço médio de R$ 90, o teste '3 em 1' detecta a Influenza A, B e o coronavírus. O produto está à venda no Brasil desde abril, mas ganhou popularidade somente em novembro, após o surto de gripe decorrente da introdução da variante H3N2. Assim como o PCR, que faz o diagnóstico da Covid-19, o '3 em 1' é realizado através de uma amostra coletada do nariz, pela nasofaringe e orofaringe. O resultado sai em cerca de 15 minutos. O exame é recomendado para quem tem sintomas gripais de três a seis dias, ou para quem teve contato recente com alguém contaminado pela Influenza ou Covid-19.

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