Número de acidentes com mortes em Fortaleza têm queda de 64,5% em vias com velocidade reduzida
A readequação da velocidade em vias da capital com intenso fluxo de veículos de 60 km/h para 50 km/h é uma das estratégias utilizadas pela AMC para fortalecer a segurança viária
11:19 | Dez. 16, 2021
O número de acidentes com mortes em Fortaleza caiu 64,5% em vias que tiveram a velocidade reduzida entre 2018 e 2020, aponta novo estudo da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC). A pesquisa foi divulgada nesta quinta-feira, 16.
A AMC informou que a readequação da velocidade em vias da Capital com intenso fluxo de veículos de 60 km/h para 50 km/h é uma das estratégias utilizadas para fortalecer a segurança viária. A medida é implementada após estudos que têm como base critérios de acidentalidade viária e volume de tráfego.
O estudo considerou as avenidas Presidente Castelo Branco, Osório de Paiva, Francisco Sá, Coronel Carvalho, Augusto dos Anjos, Frei Cirilo, Gomes de Matos e Alberto Magno. Nessas últimas quatro vias, não houve registro de morte após a mudança. A metodologia considera os acidentes registrados antes e depois da readequação de velocidade, entre janeiro de 2015 e julho de 2021.
A primeira via a ter a velocidade reduzida foi a avenida Presidente Castelo Branco, mais conhecida como avenida Leste Oeste, que teve redução de 78% nos acidentes com mortes. Já a avenida Francisco Sá registrou queda de 73% nos sinistros com severidade e morte e, a avenida Coronel Carvalho, 69,5%.
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Ainda de acordo com o estudo, o quantitativo de atropelamentos apresentou redução média de 37,4% nas oito vias. O melhor resultado foi da avenida Gomes de Matos, que teve redução de 83% nesse tipo de sinistro.
O órgão relata que o objetivo da readequação de velocidade é reduzir a gravidade dos sinistros que acontecem em Fortaleza e garantir a segurança de todos os usuários, principalmente os mais frágeis, como os pedestres e os ciclistas.
"A readequação de velocidade das vias é uma recomendação da Organização Mundial da Saúde. Fortaleza, como várias outras cidades do Brasil e do mundo, tem adotado essa como a principal medida para reduzir a gravidade desses sinistros de trânsito. Aqueles que tinham pessoas vitimadas de forma fatal passam a ter mais danos materiais", salienta a superintendente da AMC, Juliana Coelho.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a velocidade excessiva é a causa de uma em cada três mortes por acidentes de trânsito em todo o mundo. Nos casos de atropelamento, por exemplo, os condutores que trafegam em velocidade reduzida têm maior possibilidade de reação.
Quanto mais rápido um veículo estiver trafegando, maior será o impacto de um acidente de trânsito. A OMS também aponta que uma redução de até 5% na velocidade do veículo pode resultar em 30% menos sinistros fatais.
Para comunicar a mudança da velocidade aos condutores, a AMC desenvolve ações educativas nas vias em que há redução de velocidade e concede o prazo de seis meses para adaptação às mudanças. A autuação por desrespeito ao novo limite de velocidade é prevista, portanto, somente após esse período.
O prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT) comentou o resultado do estudo nas redes sociais, na manhã desta quinta, 16. "A readequação do limite de velocidade para 50 km/h vem trazendo importantes resultados em Fortaleza. Os números reforçam que a readequação do limite de velocidade é uma estratégia eficiente para a prevenção e redução da gravidade de acidentes. Um trânsito seguro depende de todos, mas também de uma boa política pública. Preservar vidas é a nossa prioridade", finaliza Sarto.
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