Feminicida é condenado a 15 anos de prisão em Fortaleza

Francisco Cleiton Lima da Silva foi condenado, nesta quarta-feira, por ter matado em 2018, a ex-namorada – Ednuzia Maria Anselmo da Silva – com três facadas

22:55 | Dez. 15, 2021

Por: Demitri Túlio
Grupos de ativistas protestaram contra o machismo que leva ao feminicídio durante o julgamento do caso Stefhani Brito, no último dia 7/12, na entrada do Fórum Clóvis Beviláqua (foto: FERNANDA BARROS)

Oito dias depois da condenação de Francisco Alberto Nobre Calixto Filho, 28, pelo assassinato de Stefhani Brito Borges, 22, a 1ª Vara do Júri de Fortaleza volta a condenar mais um homem por feminicídio. Desta vez, o homem condenado foi Francisco Cleiton Lima da Silva. Ele foi sentenciado a 15 anos de prisão por ter executado Ednuzia Maria Anselmo da Silva.

O crime ocorreu em agosto de 2018, quando Cleiton Lima surpreendeu Ednuzia da Silva no interior de um salão de beleza, no bairro Canindezinho, em Fortaleza. De acordo com a denúncia do promotor de Justiça Marcus Renan Palácio, o assassino desferiu três facadas contra a vítima porque o relacionamento amoroso entre os dois havia se acabado e a ex-companheira estava com um novo namorado.

Processo não trazia qualificadoras do meio cruel e nem o crime conexo de ocultação de cadáver  

Cleiton Lima, que já estava no salão de beleza, ainda chegou a cumprimentar Ednuzia da Silva. Depois, segundo investigações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa do de Fortaleza, (DHPP), o executor "foi à cozinha e armou-se com uma faca de cortar carne".

Ao retornar para o mesmo recinto onde estava Ednuzia da Silva, Cleiton Lima “indagou à vítima sobre o paradeiro de ‘Danilo’ (o namorado). Ocasião em que o incriminado começou, surpreendentemente, a desferir vários golpes de faca, atingindo-a no tórax, braço e nas axilas”.

Réu confesso, Cleiton Lima foi condenado há 15 anos de prisão em regime fechado por motivo torpe (ciúme), por ter usado recurso que impossibilitou a defesa da vítima e feminicídio. Diferente do caso de Stephani Brito, o processo não trazia as qualificadoras do meio cruel nem do crime conexo de ocultação de cadáver. Mesmo com esses agravantes, o juiz Antônio Edilberto Oliveira Lima aplicou, praticamente, a mesma pena ao assassino de Stefhani que foi de 15 anos e 10 dias de cadeia.

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