Marcha da Periferia reivindica manutenção de políticas públicas

O ato conta com apresentações culturais e intervenções artísticas, além de batuques percussivos e leitura de manifesto; protesto ocorre neste sábado, 27, com trajeto pelo Centro de Fortaleza

01:01 | Nov. 25, 2021

Por: Isabela Queiroz
A marcha deste ano tem o tema Nem Fome, Nem Tiro, Nem cárcere, Nem Covid: Basta de Genocídio do Povo Negro (foto: Divulgação/Yuri Juatama)

Movimentos sociais cearenses participam da 9ª Marcha da Periferia neste sábado, 27. A tradicional manifestação levanta debates acerca da segurança pública, cultura, saúde e sobre como as políticas públicas chegam à população periférica. A edição deste ano terá início às 8 horas, com concentração na Praça da Bandeira, seguirá pelas ruas do Centro e terminará na Praça dos Leões.

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A marcha deste ano tem o tema "Nem Fome, Nem Tiro, Nem cárcere, Nem Covid: Basta de Genocídio do Povo Negro”. Segundo Alessandra Félix, uma das organizadoras, a articulação é construída pelos movimentos participantes, que trazem, cada um, as suas demandas. “Essa articulação é uma insurgência que vem para desconstruir essa política do encarceramento. A gente marcha também por memória e Justiça”, afirma.

A construção do ato ocorre a partir da reivindicação coletiva dos movimentos sociais participantes, explica Alessandra, que compõe o Coletivo Vozes. “Construímos tudo a partir das pautas que nos atravessam. Nos manifestamos contra a repressão, contra a política de morte. Reivindicamos uma política pública que nos assista, que seja inclusiva e por menos repressão, para que o Estado se comprometa com políticas voltadas para todas essa áreas tão invisibilizadas”, explica.

A manifestação deste ano repudia o racismo, a LGBTQIA+fobia e as diversas formas de violência, como a doméstica, policial e de gênero. Denuncia ainda as políticas econômicas e de segurança pública que matam, pela fome ou à bala, a população mais pobre, negra e periférica. A Marcha também critica a criminalização e o encarceramento da juventude negra, e a maneira criminosa com que o negacionismo do governo federal foi responsável pela morte de milhares de pessoas no Brasil.

Na concentração haverá a abertura com batuques de grupos percussivos, leitura coletiva da Carta da Marcha e falas de representantes de movimentos sociais. A saída sentido Ocupação Dragão (Barão do Rio Branco) está prevista para às 9h30min, e às 10h30min a Marcha deve seguir para a Praça do Ferreira. Lá, as apresentações culturais seguem até às 11h20min, quando o ato deve continuar até a Praça dos Leões. No local, mais apresentações e intervenções artísticas, além de discursos de movimentos sociais que construíram o evento ao longo dos últimos meses.

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Segurança sanitária

O uso de máscaras, álcool em gel e distanciamento social foi cumprido durante todo o processo de pré-Marcha nos últimos meses e a organização do evento distribuirá álcool em gel durante o ato, além de orientar os participantes a manterem as medidas de segurança sanitária.

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