Bombeiros buscam finalizar trabalho de rescaldo no Cocó até as 18 horas

Mais de 30 homens do Corpo de Bombeiros seguem envolvidos na operação de combate ao incêndio, que teve início na última quarta-feira, 17

16:23 | Nov. 19, 2021

Por: Gabriel Borges
Bombeiros fazem vistoria no Parque do Cocó eliminando possíveis novos focos de incêndio (foto: FABIO LIMA)

O cheiro forte da fumaça e a fuligem oriundos do incêndio no Parque do Cocó ainda trazem muito incômodo para quem transita dentro ou nos arredores nesta sexta-feira, 19. Bombeiros que trabalhavam durante a manhã esperam finalizar o trabalho de rescaldo no local até as 18 horas.

Diante da terra devastada e sem vida, o solo instável exige cuidados em cada passada, por se tratar de área de pântano. É nesse cenário que o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) tem trabalhado durante os últimos três dias.

"Estamos com 35 homens do Corpo de Bombeiros, entre oficiais e praças, distribuídos por toda a área da queimada. O incêndio já está controlado, sem perigos de uma reignição. Estamos com 12 equipes, com 12 viaturas de combate a incêndio", relatou o Tenente-coronel Joel.

De acordo com o oficial, é necessário que a equipe seja mantida no local até que a possibilidade de surgimento de novos focos seja completamente anulada. "Por determinação do comandante geral, nós mantivemos o número de bombeiros militares no combate ao incêndio, porque, segundo a determinação, ele quer extinguir isso aqui até as 18 horas", destacou.

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No local atingido pelo incêndio, era possível perceber uma grande quantidade de pó. Uma simples passada era capaz de gerar uma pequena nuvem de "poeira". Segundo o tenente-coronel, o vento acaba fomentando novas nuvens de fumaça.

"Pode-se perceber o aumento da fumaça, mas isso é devido à temperatura e à quantidade de vento, mas está tudo sob controle, as equipes estão só monitorando a área.", disse. 

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Em entrevista ao O POVO, o Comandante Ronaldo, que também estava à frente da operação, explicou que a vegetação do Parque acaba dificultando o trabalho. "O próprio ambiente é uma região de mangue, essas tufas criam uma capa, que aparentemente não tem nada, mas, por baixo, ela fica super aquecida em forma de cinza", comentou.

Segundo o oficial, a madeira das árvores da região do Cocó possui um líquido que escorre quando acontece o aquecimento da árvore, o que acaba por gerar mais cinzas. "É uma espécie de carvão que gera essa fumaça. Quem vê de longe pode achar que são focos, mas é apenas fuligem", explica.

Sobre as dificuldades durante o combate ao incêndio, Ronaldo explica que o período do ano também é outro fator desfavorável. "No segundo semestre, tem a 'questão dos três 30': temperatura acima dos trinta graus, vento acima dos 30 km/h e umidade abaixo de 30. Essa combinação gera uma reação em cadeia para a propagação de chamas", completa.

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