Rede municipal de ensino volta com 100% da capacidade das turmas em 2022

Conforme Dalila Saldanha, secretária municipal da Educação, frequência dos alunos nas aulas regulares voltou ao patamar pré-pandemia

22:51 | Nov. 08, 2021

Por: Ana Rute Ramires
FORTALEZA, CE, BRASIL, 08-11.2021: EMEIF Herbert de Souza, no Bairro Bom Jardim. Volta das Escolas de tempo integral, mais de 100 mil alunos atendidos no contra turno escolar retornam as atividades nesse segunda feira. em epoca de COVID-19. (Foto:Aurelio Alves/ Jornal O POVO) (foto: Aurélio Alves)

Dois meses após o início da retomada das aulas presenciais na Rede Municipal de Fortaleza, a frequência escolar chegou ao mesmo patamar pré-pandemia. Todos os alunos já voltaram ao ensino presencial com 50% das turmas. Ou seja, as aulas continuam com rodízio semanal — aulas presenciais numa semana e atividades domiciliares na posterior. A previsão, conforme Dalila Saldanha, secretária municipal da Educação, é que a rede volte a atuar com 100% da capacidade das turmas no primeiro semestre letivo de 2022, em 27 de janeiro. 

Ela frisa, contudo, que esse retorno com a totalidade da turmas no ensino presencial só deve ser iniciado como previsto se os indicadores da pandemia em Fortaleza continuarem caindo.

Após processo de flexibilização paulatino, o Ceará liberou funcionamento das salas de aula com 100% da capacidade a partir do dia 20 de setembro. No início de outubro, o Governo Estadual definiu o ensino presencial como prioridade, com obrigatoriedade de apresentação de atestado ou relatório para justificar aulas remotas. 

Todavia, a rede municipal manteve o planejamento, com aulas presenciais sendo realizadas com apenas 50% da capacidade das turmas e rodízio semanal. 

O retorno é aprovado pelos estudantes, como a Maria Luiza, 7, que diz ter sentido falta de ficar mais tempo com os colegas e com as professores. Ana Sophia, 6, também prefere estudar na sala do que pelo celular. Elas, assim como os demais alunos da Escola Municipal Herbert de Souza, no bairro Bom Jardim, assistiam as aulas e participavam das atividades usando máscaras de proteção.

Ensino no contraturno

Nesta segunda-feira, 8, mais de 100 mil alunos atendidos em tempo integral, do 1° ao 9° ano do ensino fundamental, voltaram às atividades presenciais do contraturno escolar diariamente. As aulas regulares, contudo, continuam com rodízio semanal. Mais de metade dos alunos da rede municipal participam do contraturno escolar, que contempla atividades pedagógicas, esportivas, artísticas e sociais. 

Durante a pandemia, o objetivo dos profissionais da educação foi acompanhar os alunos e ficar próximo das famílias, ainda que remotamente, para não quebrar o vínculo com a comunidade, explica Luciana Sampaio, diretora da Escola Municipal Herbert de Souza, no bairro Bom Jardim. "Logo na primeira semana, já tivemos uma frequência boa. Na outra semana, também. A gente vem mantendo uma média de 92%", diz.

Além das aulas de leitura, escrita e língua portuguesa, a iniciativa oferta aulas de educação patrimonial, competências socioemocionais e duas oficinas, no caso da escola, ballet e karatê duas vezes por semana. 

Devasagem no ensino 

O foco das atividades no contraturno escolar na rede municipal de ensino deve ser recuperar a defasagem no ensino acentuada, principalmente, durante a pandemia e com a adoção do sistema remoto de ensino, conforme Dalila Saldanha, titular da SME. Em agosto, a Prefeitura realizou a Avaliação Diagnóstica de Rede para todos os alunos do ensino fundamental a fim de identificar e analisar os níveis de aprendizagem dos estudantes.

"Baseado nesse resultado, fizemos diversas oficinas para organizar as estratégias adotadas. Quem está participando são as crianças com maior dificuldade de aprendizagem", detalhou a secretária. O principal impacto foi das crianças em processo de alfabetização, "que ainda não tem autonomia consolidada".

"De agora até o final de dezembro, eles vão trabalhar essa defasagem para, em janeiro, a gente ter a recuperação final. Vamos disponibilizar o processo de reforço para que entrem na série seguinte com o mínimo de perda. Para a gente recuperar no menor tempo possível a defasagem pelo tempo no ensino remoto", detalha.

Para Helenilda Martins, 43, o retorno da filha e dos netos ao ensino presencial e às atividades no contraturno está sendo "maravilhoso". "Ajuda demais porque em casa eu dava aquela ajuda mas não tanto como no colégio. Eu tenho trabalho em casa que me toma muito tempo. O colégio é importante tanto de manhã quando à tarde, no reforço. É um complemento. Ajuda 100%. A gente já fica despreocupada. Elas mesma já se organizam e lembram o horário de voltar à tarde", conta.