Momento de homenagens: as visitas aos cemitérios de Fortaleza neste Dia de Finados

As visitas aos túmulos neste Dia de Finados acontece em cenário diferente de 2020. Movimentação é maior, ainda que não alcance o fluxo dos anos antes da pandemia de Covid-19

Desde as primeiras horas desta terça-feira, 2, o movimento é significativo nos cemitérios de Fortaleza e da Região Metropolitana para prestar homenagens a familiares e amigos falecidos. As visitas aos túmulos neste Dia de Finados acontece em cenário diferente de 2020, que foi de baixa movimentação devido às restrições para o enfrentamento do novo coronavírus. Orações e homenagens são parte do processo de despedida e ganham significado diferente em meio à pandemia.

Elizabete Silva Pinheiro foi ao cemitério Parque da Paz com os filhos e as irmãs visitar quatro membros da família que faleceram no início deste ano. "Meu esposo, meu sogro e minha sogra e minha irmã faleceram de janeiro a maio", conta. Deles, o esposo, Michel Pinheiro, o sogro e a irmã estão entre as vítimas da Covid-19 no Ceará. "Fazem muita falta no nosso dia a dia e hoje é um dia de muita saudade e emoção. Mas se teve permissão de Deus, cabe à gente acolher e acreditar que eles estão em um mundo melhor que o nosso", afirma.

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A professora Daniele Duarte também costuma ir ao cemitério no Dia dos Finados todos os anos. A exceção foi ano passado, em razão da pandemia. "Lembrar a gente lembra todo dia, não tem como esquecer. A gente vem pela homenagem nesse dia", relata. Ela visita os avós e a tia, falecida em janeiro deste ano.

Na manhã desta terça, o cemitério Parque da Paz realizou missa campal para comemorar 50 anos de funcionamento. Celebração também foi transmitida online. 

Veja movimentação no Dia de Finados: 

 

 

Já Maria do Carmo e a filha Janaína da Costa foram ao Parque da Paz em homenagem aos mortos pela fé cristã. "Meus parentes estão enterrados no Interior. A gente reza pelos nossos parentes, no Interior, e pelos que estão aqui, principalmente os que não têm quem venha visitar", conta a jovem.

Neste 2 de novembro, a maioria das necrópoles privadas da Capital e da Região Metropolitana contam com eventos religiosos presenciais e virtuais. Em todos os cemitérios, a visitação está permitida sendo obrigatório o uso de máscaras e o respeito ao distanciamento. 

Todos os cinco cemitérios públicos de Fortaleza também estão abertos. A Prefeitura estima que 21 mil pessoas visitarão os locais. Para garantir a segurança viária dos principais equipamentos no dia de visitas, a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) realizou operação especial para o controle de tráfego.

No Cemitério do Bom Jardim, a movimentação também foi maior em comparação a 2020. O momento foi de emoção para a dona de casa Zenilda Fontenele Linhares, 56, cujo marido e o filho faleceram no ano passado. "A morte a gente aceita. Mas a forma como foi, pela nossa tradição, foi muito difícil", diz referindo-se às restrições impostas pelo enfrentamento à Covid-19, o que a impediu de realizar o velório do marido. 

"Meu marido morreu bem no início, no dia 9 de abril. No dia 30 de outubro, vim deixar meu filho. Meu marido não pude visitar, era tudo à distância. Sem poder ter o abraço e o conforto de ninguém. Mas eu cuidei dele, ficava perto e não me infectei. É porque tenho uma missão ainda aqui", diz Zenilda. 

 


 Com informações da repórter Ana Rute Ramires

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