Em 2021, mais de 80 abatedouros foram fiscalizados em Fortaleza; saiba o que carne contaminada pode causar
Agefis realizou 84 fiscalizações. Entretanto, não há registros sobre as penalidades aplicadas. Médico explica os malefícios que carne de procedência duvidosa podem causar
15:51 | Out. 20, 2021
Em 2021, 84 fiscalizações sobre criação de animais foram realizadas pela Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis). Neste mês, um abatedouro clandestino de aves no bairro Vila Velha foi interditado por não cumprir normas sanitárias e por descartar resíduos dos animais abatidos em área de preservação ambiental. A Agefis afirmou não realiza levantamentos sobre o total de multas e de outras penalidades decorrentes de irregularidades em abatedouros de Fortaleza. Além disso, a Agência afirmou não apurar em quais localidades do Município existem mais abatedouros clandestinos.
Segundo o médico infectologista Alex Freitas, do Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ), consumir carne de procedência duvidosa ou contaminada, seja na origem, seja no manuseio, pode causar desde infecções bacterianas a sérias lesões neurológicas. “Podem ocorrer infecções bacterianas provocadas pelo manuseio da carne por mãos sem higiene adequada. Isso pode causar gastroenterocolites, as chamadas infecções intestinais, que vêm acompanhadas de cólicas, dores abdominais, vômitos e febre”, disse Alex.
O médico acrescenta que larvas, cistos e outros parasitas podem estar presentes em carnes contaminadas ou de procedência duvidosa, “uma vez que, na origem, no curral, no abatedouro ou no açougue, a carne pode não ter sido devidamente tratada". Esses parasitas, conforme o médico, estão presentes nos músculos dos animais e podem causar doenças como a cisticercose. "Ela é conhecida como ‘doença do porco’ e pode ter manifestação apenas gastrointestinal ou acarretar graves lesões neurológicas ao paciente, caracterizando a neurocisticercose”, detalhou.
A fiscalização e a interdição do abatedouro no bairro Vila Velha foram realizadas após denúncia do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). Conforme Reginaldo Araújo, diretor de operações da Agefis, também é importante que a população denuncie abatedouros clandestinos ou com péssimas condições de higiene. “Buscamos evitar que a população consuma alimentos produzidos sem as mínimas condições de higiene, minimizando, dessa forma, o risco e o impacto na saúde das pessoas”, disse Reginaldo.
Serviço
Denúncias:
Aplicativo Fiscalize Fortaleza, disponível para Android e iOS
Site: https://denuncia.agefis.fortaleza.ce.gov.br/
Telefone: 156