Mais faixas e menos velocidade: pedestres aprovam mudanças no trânsito do Centro de Fortaleza

Intervenções realizadas pela Prefeitura de Fortaleza, como a redução da velocidade de algumas vias e a implementação da maior faixa de pedestres do país, têm agradado parte da população

Entre as vias movimentadas do Centro, o fluxo de veículos e pedestres se funde em diversos pontos da região. De acordo com a Autarquia Municipal de Trânsito de Fortaleza (AMC), diariamente, cerca de 216 mil viagens são registradas no bairro, sendo 66% realizadas a pé, de ônibus, bicicleta e metrô.

Em meio ao comércio típico da região, o caminhar apressado dos pedestres, somado à falta de atenção dos motoristas às sinalizações, nem sempre termina bem. Nos últimos cinco anos, de acordo com a AMC, 5.493 acidentes foram registrados no Centro, sendo 439 atropelamentos. Durante o período, 47 pessoas perderam a vida e outras 2.838 ficaram feridas.

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Em 2021, visando diminuir esses números, a Prefeitura de Fortaleza realizou algumas intervenções. A mais vistosa delas encontra-se na avenida Tristão Gonçalves esquina com a rua Liberato Barroso, onde está localizada a maior faixa de pedestres do Brasil.

Com 40 metros de extensão, o equipamento passou a estar disponível para a população desde o fim do primeiro semestre. Durante os primeiros meses de uso, a avaliação de quem transita pelo local é bastante positiva.

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"Acho que diminuiu bastante (o número de acidentes), tanto os atropelamentos, quanto os acidentes entre os carros mesmo. Era bem mais complicado quando não tinha essa faixa aí, agora ficou bom", relata Ana Maria, 46, que trabalha como comerciante no local.

Por outro lado, Eric Alves, 20, que trabalha em uma clínica da região, diz que ainda não se sente 100% seguro ao atravessar a faixa. O jovem alega que, apesar da boa utilidade do equipamento, há motoristas que não respeitam a sinalização.

"É bom saber que algo está sendo feito pela cidade, mas falta a colaboração da população. Mesmo com esse desrespeito, o número de acidentes deu uma boa amenizada", comenta.

Flagrantes de irregularidades

 

Durante a manhã desta sexta-feira, 24, a reportagem do O POVO circulou pelo Centro e flagrou algumas irregularidades. Um carro chegou a cruzar a faixa de pedestres mesmo diante do sinal vermelho. Motociclistas, em alguns momentos, utilizavam a calçada para manobrar e, diversas vezes, pedestres não aguardavam o tempo correto do semáforo para realizarem uma travessia segura.

A Tristão Gonçalves está "cercada" pelo quadrilátero formado pela ruas João Moreira e Sena Madureira e pelas avenidas Imperador e Duque de Caxias, que, desde maio, passaram a contar com uma nova sinalização e mudanças na velocidade máxima.

No cruzamento entre as avenidas Duque de Caxias e Tristão Gonçalves, os motoristas que trafegam pela Duque de Caxias encontram placas que alertam para a nova velocidade máxima de 50 km/h.

Já na Tristão Gonçalves, no trecho onde está localizada a maior faixa de pedestres do Brasil, uma placa chama a atenção dos motoristas para que reduzam a velocidade para 30 km/h.

A redução de velocidade de parte das vias do Centro também agradou a parcela da população que precisa caminhar pelo bairro. Luís Antônio, 45, trabalha como comerciante há 18 anos no Centro. Ele conta que as mudanças deixaram o fluxo mais tranquilo na região.

"Depois que trouxeram essa faixa para cá e diminuíram a velocidade das ruas por aqui, tudo melhorou. Até a sinalização ficou melhor. A movimentação ficou mais tranquila, vejo menos acidentes", comenta.

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Atenção ao pedestre

 

Na última quinta-feira, 23, a AMC inaugurou a segunda maior faixa de pedestres da Capital. O equipamento está localizado na avenida Lineu Machado com a avenida Carneiro de Mendonça, no bairro Jóquei Clube. Cada uma das faixas instaladas nos dois sentidos da via possuem 18 metros de extensão.

Segundo a AMC, apenas as faixas de pedestres das avenidas Tristão Gonçalves e Lineu Machado possuem dimensões especiais, o restante da Cidade conta com o equipamento tradicional. Entretanto, em entrevista ao O POVO, Daniel Soares, arquiteto e urbanista da AMC, adiantou que esse tipo de ação deve chegar a outros bairros.

"Ao longo ano continuaremos com essas intervenções. Estamos fazendo estudos, principalmente, nas áreas que são polos geradores de viagem, que são próximas a hospitais, shoppings, igrejas, postos de saúde e escolas. Esses são os pontos que focamos ", finaliza.

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