CeArt reabre para o público após um ano de reforma

Obra de reestruturação do equipamento recebeu investimento de R$ 3 milhões, segundo Governo do Estado

23:16 | Set. 23, 2021

Por: Luciano Cesário
Reinauguração da CeArt na Praça Luiza Távora, bairro Aldeota, nesta quinta-feira, 23 (foto: AurÉlio Alves )

Maior polo de comercialização artesanal do Estado, a Central de Artesanato do Ceará (CeArt), localizada na Praça Luiza Távora, no bairro Aldeota, em Fortaleza, foi reinaugurada nesta quinta-feira, 23, após um ano e oito meses de reforma. Com investimento de R$ 3 milhões, a obra inclui novas instalações hidrossanitárias, sistema de climatização em todos os ambientes e adequações no layout de pisos e telhados. O equipamento reabre ao público já a partir desta sexta-feira, 24, e terá funcionamento entre as 9 e 19 horas.

Presente na solenidade de reinauguração, a primeira-dama do Ceará, Onélia Santana, destacou que as novas instalações da CeArt, além de proporcionarem mais acolhimento aos artesãos, também devem impactar positivamente na cadeia de produção do Estado. Uma vez que, segundo ela, a loja irá comercializar produtos fabricados por profissionais de vários municípios cearenses.

“É um avanço que vai impactar diretamente na cadeia de produção. Aqui serão comercializados produtos não só dos artesãos da Capital, mas também de municípios da região Metropolitana e do Interior. Além do estímulo econômico, esse é um investimento, sobretudo, no aconchego e no bem-estar tanto dos clientes, muitos deles turistas, como dos próprios artesãos, que terão um espaço climatizado, moderno e acolhedor”, frisou Onélia. A primeira-dama ainda ressaltou que, nos próximos dias, a Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS), responsável por administrar o equipamento, fará o lançamento do projeto CeArt Itinerante, que promoverá exposições com os produtos da loja em cidades de todas as regiões do Estado.

De acordo com a titular da SPS, Socorro França, o Ceará mantém diversos incentivos à produção e comercialização de artigos artesanais, entre eles a certificação de autenticidade dos produtos, carteira de identidade artesanal em papel moeda [para facilitar as vendas internacionais] e isenção do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para todos os itens da cadeia produtiva.

“Somos um dos poucos estados do Brasil, que sabe até o único, que tem uma política de apoio ao artesanato sólida e eficaz. Aqui, o próprio Governo compra os produtos para movimentar a cadeia e contribuir na renda dos pequenos artesãos. E agora, com a CeArt completamente reestruturada, estamos dando mais um passo importante no estímulo à economia criativa, além de impulsionar e capacitar os atuais e futuros artesãos”, afirmou a secretária durante a solenidade.

A vice-governadora, Izolda Cela, que também compareceu ao evento, pontuou que a reabertura da loja é uma grande "injeção de ânimo" nos artesãos que esperam sucesso na retomada das atividades do setor. “Esse é um espaço que, por natureza, vai facilitar os negócios e incrementar a renda desses profissionais. Aqui eles poderão receber crianças, adultos, pessoas de todos os lugares do Brasil e do mundo. O potencial é enorme. Sem dúvida, é um estímulo a mais para a retomada das atividades depois do período mais difícil da pandemia”, comentou.

A artesã Maviniê Mota, que fornece produtos para a CeArt desde 1989, elogiou as novas instalações da loja. Empolgada com a reabertura das vendas presenciais do setor, a profissional prevê um cenário otimista para os próximos meses. “Esse é o melhor espaço que nós temos hoje no Ceará. A loja ficou um encanto, fiquei surpresa ao ver. Com certeza os clientes vão se sentir confortáveis aqui, e isso acaba fazendo com que a gente tenha mais condições de vender. A minha perspectiva é que os nossos negócios tripliquem e assim a gente consiga dar essa volta por cima nas dificuldades trazidas pela pandemia”, contou Maviniê, que há mais de 37 anos dedica sua vida à produção de peças decorativas à base de areia colorida.

 

Fomento

O Programa de Desenvolvimento do Artesanato do Estado do Ceará (PDA), vinculado à Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS), é a principal política pública do Governo do Estado destinada à categoria dos artesãos. O objetivo, segundo a STDS, é valorizar e preservar o artesanato e a cultura cearense, abrindo espaço para o fazer artístico popular em todas as regiões do estado.

Por meio do Fundo Especial de Desenvolvimento e Comercialização do Artesanato (Fundart), o PAD patrocina ações e projetos para a qualificação de artesãos e apoio ao comércio dos produtos. O programa atende artesãos, grupos de produção e entidades representativas da categoria em 179 municípios, perfazendo mais 44 mil cadastrados.

De acordo com dados do PDA, as mulheres representam maioria entre os artesãos atendidos pela ação (80%). Com relação à escolaridade, 35% declaram possuir ensino médio, 22% informam ter cursado o ensino fundamental até o 5º ano e 12% terminaram o 9º ano. Já os que se declaram não alfabetizados representam 18% do total. Entre aqueles que declararam possuir ensino superior, 6% têm curso incompleto, 6% são graduados e 1% é pós-graduado.

Ainda de acordo com o PDA, atualmente o artesanato cearense conta com produções das seguintes tipologias: areia colorida; alimentos e bebidas; cereais, massa, gesso e parafina; chifre, osso, dente e casco; conchas e escamas de peixe; argila; fios e tecidos; madeira; fibra vegetal; material sintético; metal; pedra; sementes, cascas, raízes, flores e folhas secas; couro e papel/xilogravura.