Aulas presenciais: 61,3% dos alunos da rede pública de Fortaleza já estão incluídos no retorno
Até o fim de setembro, SME prevê que 100% dos alunos estejam em regime presencial híbrido em Fortaleza
19:53 | Set. 13, 2021
Cerca de 67.563 alunos dos 3º, 4º e 5º anos do ensino fundamental e do Infantil I e II eram esperados nas escolas da rede pública de Fortaleza a partir desta segunda-feira, 13. Os estudantes voltaram a ter aulas presenciais nesta segunda semana de retomada escalonada das atividades das escolas municipais.
Também fazem parte deste número o segundo grupo de alunos do rodízio semanal das turmas do Infantil III, IV e V e 1º e 2º anos do ensino fundamental, que voltaram a ter aulas na quarta-feira, 8. Somados às crianças da educação infantil da semana anterior, 61,3% dos alunos da rede já estão incluídos no retorno.
Na Escola Municipal João Saraiva Leão, no bairro Lagoa Redonda, pelo menos 126 alunos do 3º ao 5º ano do ensino fundamental eram esperados hoje. Do lado de fora, responsáveis e alunos esperavam para conseguir entrar na escola.
Apenas as crianças tinham a entrada permitida, recebendo álcool em gel de uma funcionária que usava máscara, face shield e uma bata hospitalar. Elas também tinham a temperatura aferida, apesar de a prática não ser mais obrigatória no Estado por não impactar na segurança sanitária.
De acordo com Giovanni Rocha, diretor do colégio, nenhuma orientação foi transmitida à escola em relação à aferição da temperatura e, por isso, decidiram continuar com a medida. Outro protocolo seguido pelas escolas é a obrigatoriedade da Ficha Saúde, a qual deve ser preenchida pelos responsáveis.
“Todos os dias os pais preenchem. Lá pergunta se a criança teve febre, se teve Covid, se alguém da família está doente. Caso aconteça de algum deles sinalizarem isso, o sistema bloqueia e diz que a criança não está apta a vir para a escola”, explica Giovanni.
Caso algum erro aconteça, os agentes escolares devem refazer o cadastro na secretaria. “Nenhuma criança volta [para casa]. O pai aguarda para resolver o problema”.
Expectativas para a volta das aulas presenciais
A dona de casa Erilândia Mendonça Vieira, 37, levou a filha Isabele, 8, para a aula presencial pela primeira vez nesta segunda-feira, 13. A menina, que faz o 2º ano do ensino fundamental, também está começando a estudar na rede pública de ensino de Fortaleza nesta semana, pois a família acabou de se mudar do Amazonas para a Capital.
“É a primeira vez dela depois da pandemia, a gente vai vendo como vai ser. Mas ela está super animada, com expectativas”, diz. Isabele é parte do segundo grupo de crianças do 2º ano a voltar para a escola, pois o primeiro grupo teve aulas na semana anterior.
O ensino híbrido adotado pela Secretaria Municipal de Educação (SME) prevê que as turmas sejam divididas e que cada criança alterne uma semana indo para as aulas e uma semana fazendo atividades em casa, em um rodízio.
Priscila Maria de Araújo foi deixar o sobrinho, Nicolas, para a aula do 3º ano do turno da tarde no colégio. Segundo ela, o filho Vitor, que cursa o 5º ano na mesma escola no período da manhã, gostou da aula.
“Só teve um tumulto na hora de entregar e na hora de buscar. Porque eles estavam liberando série por série, e nem todo mundo tinha paciência e nem tinha tempo. Essa Ficha de Saúde que eles estão pedindo, muita gente disse que deu problema e teve que ficar esperando. Mas, fora isso, meu filho gostou.”
A filha de 10 anos da dona de casa Érica Norberto, 32, também estava animada para voltar a ter aulas na escola. “Eu estou me sentindo segura de trazer a minha filha. Está tudo direitinho na escola. Eu falei com as professoras, elas disseram que estão todas vacinadas. 'Tô' achando organizado”, opina.
Já os filhos de 8 e 9 anos de Camila Lima, 29, que cursam o 2º e o 4º ano do ensino fundamental, respectivamente, não demonstraram animação para a volta das aulas. Mas Camila disse que os conscientizou sobre a importância do ensino.
A dona de casa também explicou sobre a necessidade do uso de máscaras no colégio. “Eles já têm o costume. Falo que onde a gente for, tem que ir de máscara.”
Adaptação de crianças e responsáveis
Para Valéria Carneiro, diretora da Escola Municipal Rachel de Queiroz, localizada na Barra do Ceará, a adaptação é tanto dos alunos quanto dos adultos responsáveis. Ambos precisam aprender a respeitar os protocolos sanitários da escola.
“As crianças já vieram de casa bem educadas sobre o uso de máscara, sabendo realmente utilizar todos os protocolos, como a higiene das mãos, o uso dos bebedouros, então assim, surpreendeu a gente”, disse. A escola atende as turmas IV e V da educação infantil e do 1º ao 3º ano do ensino fundamental.
Alguns pais, no entanto, ainda tentam entrar na escola para buscar ou deixar os filhos sem utilizar máscara de proteção, o que não é permitido. “As crianças cumprem mais determinadas regras do que os adultos. A gente teve alguns casos de pais que ainda vêm pra escola sem a máscara, mas aí a gente tenta conversar, conscientizar da importância. Eles acabam concordando, no dia seguinte já vêm de máscara.”
100% dos alunos em regime presencial até o fim de setembro
De acordo com a SME, a próxima fase do retorno escalonado de alunos ao regime presencial será iniciada no dia 20 de setembro com os estudantes do 6°, 7°, 8° e 9° e Educação de Jovens e Adultos (EJA), atingindo 100% dos alunos da rede municipal. Até o fim do mês de setembro, todos os alunos da educação infantil e ensino fundamental devem ter retornado às aulas presenciais no esquema de rodízio semanal.