Carteiras distantes e expectativa: veja como está sendo o retorno da rede municipal de Educação em Fortaleza
O modelo de educação adotado é híbrido, em que a cada semana 50% dos estudantes estarão nas escolas e os outros 50% em casa, alternando nas semanasAs aulas presenciais da rede municipal de Educação de Fortaleza retornaram nesta quarta-feira, 8, para 79.820 alunos dos mais de 240 mil matriculados. O retorno de hoje aconteceu em 471 unidades do total de 581 que compõem a rede de ensino escolar. Como previsto no plano, crianças dos anos iniciais, infantil 3, 4 e 5, além do 1º e 2º do fundamental, voltaram às salas de aula. Os locais foram equipados com faixas e avisos para reforçar o distanciamento entre os alunos.
Na semana seguinte, será a vez dos alunos do infantil I e II e o 3º, o 4º e o 5º ano do fundamental I. Os demais alunos do fundamental, do 6º ao 9º alunos, e estudantes do Educação de Jovens e Adultos (EJA) só devem voltar na última semana do plano, no dia 20 de setembro. Segundo a Secretária Municipal de Educação (SME), o modelo de educação adotado é híbrido, em que a cada semana 50% dos estudantes estarão nas escolas e os outros 50% em casa, com o ensino remoto, revezando na semana seguinte.
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O revezamento nas escolas é para proporcionar o distanciamento entre as crianças, como explica o secretário adjunto da SME, Jefferson Maia. "Garantir que a escola consiga se organizar, tanto no sentido de cumprir os protocolos sanitários como dar eficiência a esse acompanhamento", ressaltou o titular. Maia explica ainda como vai funcionar o esquema de atividades durante as intercalações no ambiente escolar. Na semana em que os alunos vão à escola, levam para casa as atividades para a semana em que ficaram em casa. Quando retornam à sala de aula, os exercícios são corrigidos e novas orientações pedagógicas serão passadas.
"Quando as crianças voltarem para (a semana) presencial terá todo o suporte para tirar dúvidas, esclarecimentos e aprofundamentos. Tudo isso construído dentro de um protocolo pedagógico", aponta o secretário adjunto. Ele pontua ainda que todas as crianças do fundamental matriculadas na rede passaram por uma avaliação no mês de agosto para diagnosticar o nível de aprendizado dos alunos. "Nós sabemos o nível que nossos alunos retornaram justamente para agir onde tivermos maiores dificuldades", ressalta Maia.
Responsáveis
Alessandra Oliveira, 34, acompanhou a filha de 8 anos até a escola municipal Madre Teresa de Calcutá, no bairro de Fátima. As expectativas para a retomada são as melhores possíveis.
"Ela estava querendo voltar, ela adora estudar. Agora é esperar que tudo vai dar certo. Dentro da sala está tudo sob controle, as professoras estão sabendo separar as crianças", relata Alessandra.
De acordo a mãe, conciliar o ensino da filha com o trabalho não estava sendo tarefa fácil. "Tava sendo muito difícil. As aulas online não estavam servindo para ela, na hora que chegavam as tarefas dela era o horário que eu saía para trabalhar", lamenta.
A psicanalista Joana Mendes, 41, era mais uma mãe que aguardava ansiosamente a retomada do ensino presencial. Ela também relata dificuldades para auxiliar a filha durante o ensino remoto.
"Essa retomada já dá um alívio para melhorar a condição escolar dos nossos filhos. Por mais que a gente queira, mesmo sendo mãe, mesmo procurando as informações, a gente não tem a mesma didática que a escola", comenta.
Nas salas de aula, os professores tratavam de explicar os protocolos para as crianças antes mesmo de iniciarem o conteúdo. O pequeno Enzo Ribeiro, de apenas sete anos, mostra que entendeu todas as recomendações.
"É muito legal voltar para as aulas. Também tem que se cuidar, não pode sair de casa, tem que usar máscara se sair, passar álcool em gel, lavar as mãos e também comer e cuidar da saúde", conta Enzo, que também afirmou estar com saudade dos colegas de classe.
Com informações da repórter Mônica Damasceno