Donos do Edifício São Pedro divulgam nota de esclarecimento com informações sobre imóvel

Eles reclamam que não receberam nenhum auxílio governamental para manter o prédio, inclusive no período em que a construção foi alvo de intenção de tombamento da gestão municipal

19:58 | Set. 04, 2021

Por: Leonardo Maia
Prédio fica na Praia de Iracema, em Fortaleza, e data da década de 1950 (foto: FCO FONTENELE)

Proprietários do Edifício São Pedro, localizado no bairro Praia de Iracema, em Fortaleza, divulgaram nota com críticas da recente intenção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para tombamento federal do imóvel. O procedimento é considerado pelos proprietários como “altamente irracional” e “totalmente prejudicial ao direito de propriedade e aos direitos dos cidadãos”.

“Não tem sentido aprisionar um prédio, totalmente sem quaisquer condições de ser mantido, com a finalidade única de atender a uma ínfima pequena minoria que inventa motivos sem nunca ter apresentado qualquer prova real, legal e importante justificativa que possa, conforme a lei, embasar e qualificar como uma edificação a ser ou se manter tombada, principalmente em âmbito nacional”, argumentam.

Representados pela empresa Philomeno Imóveis e Participações S/A, os donos afirmam que vêm arcando “há muito tempo” com custos significativos para tentar não deixar a construção chegar à situação atual. Eles reclamam que não receberam nenhuma ajuda governamental para manter o prédio, inclusive durante o período em que havia a intenção de tombamento da estrutura por parte da gestão municipal.

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A nota enfatiza ainda a preocupação dos proprietários com as condições estruturais do edifício. Eles dizem que a estrutura já se encontrava em condições precárias de habitabilidade quando começou sua intenção de tombamento pela Prefeitura de Fortaleza, em 2006. "Portanto, como tombar o que já não se podia preservar?”, questionam.

A edificação data da década de 1950 e marca pioneirismo no avanço imobiliário verticalizado e no setor hoteleiro na capital cearense. Ele foi o primeiro com mais de dois andares na praia, e inaugurou o uso hoteleiro da região. Até então, esse tipo de empreendimento estava concentrado na região central da Capital. Para Romeu Duarte, professor de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Ceará (UFC), a reconstrução deveria ser feita com mudanças na estrutura original - sem prejudicar o valor arquitetônico do antigo prédio.