Familiares de feirante morto pedem mais atenção da Prefeitura e celeridade nas investigações

Os manifestantes cobram resolução do caso e melhor tratamento dos feirantes na região

Atualizada às 12h57

Feirantes e familiares de Naison Abdenego de Sousa Barros, de 31 anos, morto durante o confronto dos feirantes com a Guarda Municipal de Fortaleza (GMF), na José Avelino, realizaram manifestação na manhã desta quarta-feira, 25, em Fortaleza, na região do Paço Municipal, no Centro. A ação acontece uma semana após a morte do feirante que acabou sendo baleado em outra manifestação na madrugada da quarta-feira, 18.

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"Eu quero justiça, porque meu filho saiu de casa para trabalhar, lutar pelo pão de casa dia, e vem uma pessoa e tira a vida dele", afirmou Evenia Maria de Sousa Barros, de 62 anos, mãe da vítima. Ela, que também é feirante, afirma que a reinvindicação dele e de outros comerciantes é pela possibilidade de trabalhar com o comércio na região.

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Cerca de cem pessoas estiveram no local, entre familiares, feirantes e amigos da vítima. Entre eles, estava um dos representantes da categoria, Queiroz Barbosa. Segundo ele, o grupo espera uma resposta concreta sobre o destino do feirantes. "A feira vem sendo realizada com a gente correndo da Guarda, coisa que fazemos há oito anos. Nós podemos deixar de levar dinheiro para dentro de casa. Queremos justiça e atenção", pontuou ele. 

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Morte de Naison

O advogado da família de Naison, Arthur Santos, defende que a gestão municipal deve dar maior atenção e abrir um canal para um diálogo com os parentes da vítima. Segundo ele, os parentes foram procurados apenas uma vez, logo após a confirmação da morte do feirante.

O comerciante era o responsável pelas finanças da casa e deixa a esposa e uma filha pequena de 5 anos "desamparadas", conforme o advogado. "Que a Prefeitura possa ouvi-los, se sensibilizar um pouco com a situação, já que até o momento as informações que eles estão tendo sobre a investigação e sobre as medidas tomadas são repassadas apenas pelos advogados", ressaltou Arthur.

Prefeitura e Polícia

 

A Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS) afirma que foi oferecido o auxílio funeral, mas a família recusou por já possuir plano funerário.  A pasta ressalta que, no entanto, os familiares solicitaram um ônibus para levar a família ao velório e enterro, o que foi concedido.  A família também teria pedido um auxilio jurídico para o escritório de direitos humanos da gestão, mas não foi informado se houve o atendimento dessa demanda. 

Por nota, a Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE) informou que a 4ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) segue com investigações em andamento para identificar as circunstâncias na morte do feirante. "O DHPP instaurou inquérito policial na quarta-feira, 18, e segue realizando oitivas acerca do caso", pontuou a pasta, responsável pelo inquérito policial sobre o caso.

Segundo o advogado da família da vítima, os feirantes teriam entregado capsulas à Polícia, inclusive de armas de fogo, que devem passar por perícia e serem comparadas com as armas das equipes em atuação no dia do confronto. 

Hoje, a feira, que havia sido proibida no fim de semana, aconteceu normalmente até por volta das 7 horas.  

Com informações da repórter da Rádio O POVO CBN, Mônica Damasceno

 

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