MPCE pede que população se manifeste em defesa do edifício São Pedro

Em nota circulada nesta sexta-feira, 20, o MP Estadual afirmou ter recebido "com extrema surpresa e tristeza" a suspensão do tombamento provisório do edifício São Pedro. O órgão analisa o caso para "tomar as medidas cabíveis"

O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) orientou a população cearense a se manifestar em defesa do patrimônio histórico do Estado, incluindo o edifício São Pedro, cujo tombamento provisório foi suspenso pela Prefeitura de Fortaleza. Em nota circulada nesta sexta-feira, 20, o órgão afirmou ter recebido “com extrema surpresa e tristeza” a decisão da gestão municipal, tomada a partir de decreto publicado na quinta-feira, 19.

A expressão dos cearenses em defesa do edifício teria como objetivo, segundo o texto, sensibilizar os “agentes públicos acerca da importância da preservação dos prédios e construções históricas que, com suas existências, contribuem para a preservação da memória do povo fortalezense e cearense”. O MPCE solicitou informações à Secretaria Executiva da Regional II de Fortaleza quanto a possíveis pedidos de derrubada do prédio, localizado no bairro Praia de Iracema.

É + que streaming. É arte, cultura e história.

+ filmes, séries e documentários

+ reportagens interativas

+ colunistas exclusivos

Ainda, o MPCE analisa o caso para “tomar as medidas cabíveis” e “aguarda o envio do parecer jurídico que orientou o decreto”. O prefeito José Sarto (PDT) argumentou que o edifício conta com “inúmeras patologias de alto grau” e que se tornou “inviável economicamente” recuperar sua estrutura. Para basear a determinação, o chefe do Executivo municipal usou informações de relatório de 2018 do Grupo de Pesquisa em Materiais de Construção e Estruturas, da Universidade Federal do Ceará (GPMate/UFC), assim como laudos técnicos da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinf).

Histórico

Na publicação feita na quinta-feira, 19, a gestão municipal ainda ponderou que há um “risco acentuado” à integridade e segurança de pessoas e bens, com o atual estágio de indefinição com o tombamento definitivo do bem. Em entrevista ao O POVO em março, o sócio majoritário do prédio, Alexandre Gentil Philomeno Gomes, disse que entraria com um memorando para isolar as calçadas a fim de evitar que marquises caíssem em cima de transeuntes.

Também em março, o Edifício São Pedro foi alvo de saqueadores das proximidades da região. As pessoas entravam de mãos vazias e saíam carregando pilhas de ferro, metal, cobre, fios, canos, telhas, portas e janelas do prédio mal conservado e descarregavam o material em carroças de lixo próximas, estacionadas na calçada ao lado da igreja de mesmo nome da edificação.

Com tombamento provisório autorizado em 2015, o processo para preservação começou a ser revisto em 2018. Na época, o empresário Philomeno Júnior defendeu que a ideia seria fazer intervenções na propriedade e contribuir com a revitalização e reordenamento da Praia de Iracema. Ele disse que o plano era que uma nova torre viabilizasse financeiramente a preservação do São Pedro.

A edificação data da década de 1950 e marca pioneirismo no avanço imobiliário verticalizado e no setor hoteleiro na capital cearense. Ele foi o primeiro com mais de dois andares na praia, e inaugurou o uso hoteleiro da região. Até então, esse tipo de empreendimento estava concentrado na região central da Capital.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

edifício são pedro ministério público estado ceará tombamento edifício são pedro patrimônio histórico

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar