Prefeitura diz ser inviável restaurar edifício São Pedro e desiste de tombamento

O edifício data de 1950 e foi o primeiro com mais de dois andares na praia. A intenção do sócio majoritário é construir no local um novo empreendimento, apresentado em 2015 como um prédio de 20 andares

Em decreto publicado nesta quinta-feira, 19, o prefeito de Fortaleza argumentou que o Edifício São Pedro conta com “inúmeras patologias de alto grau” para decidir pelo indeferimento do tombamento provisório do imóvel. José Sarto (PDT) explicou que se tornou “inviável economicamente” recuperar a estrutura do prédio, localizado na Praia de Iracema, em Fortaleza.

Para basear a determinação, o chefe do Executivo municipal usou informações de relatório de 2018 do Grupo de Pesquisa em Materiais de Construção e Estruturas, da Universidade Federal do Ceará (GPMate/UFC), assim como laudos técnicos da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinf).

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Na publicação desta quinta-feira, a gestão municipal ainda ponderou que há um “risco acentuado” à integridade e segurança de pessoas e bens, com o atual estágio de indefinição com o tombamento definitivo do bem. Em entrevista ao O POVO em março, o sócio majoritário do prédio, Alexandre Gentil Philomeno Gomes, disse que entraria com um memorando para isolar as calçadas a fim de evitar que marquises caíssem em cima de transeuntes.

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Também em março, o Edifício São Pedro foi alvo de saqueadores das proximidades da região. As pessoas entravam de mãos vazias e saíam carregando pilhas de ferro, metal, cobre, fios, canos, telhas, portas e janelas do prédio mal conservado e descarregavam o material em carroças de lixo próximas, estacionadas na calçada ao lado da igreja de mesmo nome da edificação.

Com tombamento provisório autorizado em 2015, o processo para preservação começou a ser revisto em 2018. Na época, o empresário Philomeno Júnior defendeu que a ideia seria fazer intervenções na propriedade e contribuir com a revitalização e reordenamento da Praia de Iracema. Ele disse que o plano era que uma nova torre viabilizasse financeiramente a preservação do São Pedro.

A edificação data da década de 1950 e marca pioneirismo no avanço imobiliário verticalizado e no setor hoteleiro na capital cearense. Ele foi o primeiro com mais de dois andares na praia, e inaugurou o uso hoteleiro da região. Até então, esse tipo de empreendimento estava concentrado na região central da Capital.

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