Aplicativo de transporte para mulheres cadastra motoristas para iniciar operações em Fortaleza

Para se cadastrar como condutora, os requisitos são ter Carteira Nacional de Habilitação (CNH) com observação "Exerce Atividade Remunerada"; Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV) atualizado entre outros

17:48 | Jul. 21, 2021

Por: Mirla Nobre
O aplicativo Lady Driver busca ser uma ferramenta para que possa dar mais segurança na viagem, tanto para passageiras quanto para as motoristas, como evitar casos de assédio ao público feminino (foto: CAMI/O POVO)

O aplicativo de transporte Lady Driver, voltado exclusivamente para mulheres, segue realizando cadastramento de motoristas para iniciar operações em Fortaleza. O objetivo é alcançar a quantidade de 500 motoristas mulheres registradas. Atualmente, a plataforma conta com 100 cadastros. O aplicativo busca ser uma ferramenta para que possa dar mais segurança na viagem, tanto para passageiras quanto para as motoristas, para evitar, por exemplo, casos de assédio ao público feminino no transporte por app.

Para se cadastrar como condutora, os requisitos são ter Carteira Nacional de Habilitação (CNH) com observação “Exerce Atividade Remunerada”; Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV) atualizado; carro dentro do padrão Lady Driver; cartão de crédito e conta bancária (para receber a remuneração); atestado de antecedentes criminais (obtido na Polícia Civil); e comprovante de residência no seu nome. As exigências quanto ao carro são que tenha no máximo oito anos de fabricação, além do IPVA e licenciamento pagos.

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A motorista de aplicativo cadastrada no Lady Driver, Erika Jane Araújo, 28, conta que, durante operações em outras plataformas de viagens, algumas passageiras relataram à ela que se sentem mais confortáveis e seguras em saber que estão andando com uma motorista mulher e que, com isso, não irão sofrer nenhum tipo de assédio. “A gente sabe como é complicado você estar, às vezes, dentro de um carro com um homem e você se sentir insegura naquela viagem, ainda mais quando o percurso é longo", comenta Erika.

Ainda segundo a motorista, os principais relatos das passageiras destacam que, durante as viagens, ocorreram casos em que os motoristas desviavam rotas das viagens para ter um caminho mais longo e realizavam perguntas inadequadas e fora do contexto da relação motorista e passageira, como por exemplo se elas eram casadas ou solteiras. De acordo com um levantamento realizado em 2019 pelos institutos Locomotiva e Patrícia Galvão, cerca de 97% das mulheres do Brasil dizem que já sofreram assédio no transporte público, por aplicativo ou em táxis.

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O Lady Driver já registrou mais de cinco milhões de corridas num período de três anos de atuação em São Paulo, onde iniciou o serviço em 8 de março de 2018, e conta hoje com mais de 60 mil motoristas cadastradas. A plataforma nasceu após a fundadora e CEO da startup, Gabryella Corrêa, sofrer assédio em transporte de app famoso no ano de 2016. Atualmente, o aplicativo opera somente na capital de São Paulo e em Guarulhos.

Segundo uma das sócias do aplicativo, Luciana Dalla, uma das responsáveis por trazer a marca à Fortaleza, a franquia da startup tem como objetivo gerar oportunidade de renda e mais segurança para as mulheres, seja na direção ou mesmo como passageira. Ela destaca que um diferencial do negócio é que somente mulheres dirigem para mulheres. 

Serviço

Aplicativo de transporte Lady Driver
Cadastro para motoristas: site Lady Driver