Estruturas de 36 escolas de Fortaleza são analisadas pelo Conselho de Direitos Humanos
O objetivo das visitas do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos do Ceará (CEDDH) é garantir que uma possível retomada presencial das aulas ocorra aliada a um ambiente de ensino seguro e com infraestrutura regular
22:55 | Mai. 18, 2021
36 unidades de ensino de Fortaleza, entre escolas públicas e Centros de Educação Infantil (CEI), estão sendo vistoriadas pelo Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos do Ceará (CEDDH) quanto a suas infraestruturas e seus protocolos de proteção contra a Covid-19. Profissionais também estão sendo ouvidos.
Durante as visitas, um questionário é respondido pelas equipes responsáveis enquanto as unidades são analisadas. Critérios são observados pelos agentes, como abastecimento regular de água, condições e números adequados de banheiros, capacidade de ambientes para promoção do distanciamento social e qualidade de ventilação natural.
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A lista de escolas foi enviada à Secretaria Municipal de Educação (SME). Após as visitas, um relatório será analisado e divulgado pelo CEDDH. Também é esperada a criação de um canal de denúncias acessível para estudantes, familiares e profissionais.
Em Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado em 2018, Prefeitura de Fortaleza se compromete a melhorar as estruturas precárias de 200 escolas até 2020. Por meio deste documento, foram escolhidas as unidades a serem vistoriadas pelo CEDDH. A prioridade ficou entre aquelas localizadas em áreas de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo ou muito baixo e, em seguida, aquelas localizadas em bairros com altos números de Covid-19. Segundo o Conselho, a metodologia garantiu visitas nas seis regionais da Capital.
Para Cristiane Faustino, presidenta do CEDDH, a inspeção prevê a tomada da melhor decisão quanto à retomada das aulas presenciais. “O retorno seguro depende de ter condições mínimas nas escolas para que crianças e profissionais não corram risco ou menor risco possível. Isso depende da infraestrutura e do cumprimento dos protocolos sanitários”, diz ela.
A discussão sobre os já “antigos” problemas estruturais de escolas se torna mais necessária no cenário pandêmico, conforme Marina Araújo, integrante do CEDDH e do Centro de Defesa da Criança do Adolescente (Cedeca) - Ceará. “Como garantir protocolos sanitários sem acesso à água, ventilação natural adequada nas salas de aula, quantitativo suficiente de banheiros e pias para alunos e profissionais? O Poder Público tem a obrigação de garantir com prioridade absoluta o orçamento público para a readequação e melhoria das escolas públicas”, questiona.
O retorno das aulas aliado às medidas de segurança necessárias também é pontuado pelo deputado estadual Renato Roseno (Psol). “Sabemos que a escola faz muita falta na vida dos alunos e das famílias. Mas para retomar a rotina presencial entendemos que são necessários cuidados e investimentos imprescindíveis para a saúde de todos os envolvidos. Não é possível falar em retorno presencial sem cuidar desses aspectos primários da adaptação devida das escolas”, argumenta ele.