Mesmo na pandemia, produtos da quadra chuvosa fazem sucesso no Mercado São Sebastião
Entre os corredores do mercado, preços de produtos como feijão verde, melancia, jerimum e milho dividem opinião de consumidores que frequentam o localNo Centro de Fortaleza, o Mercado São Sebastião tem , nesta época do ano, uma atmosfera particular por conta da maior oferta dos produtos da quadra chuvosa. Melancia, jerimum, milho e feijão verde estão em alta mesmo em tempos de pandemia. A disputa por clientes, o burburinho das negociações e a concretização de novas vendas mantêm viva a alma do negócio. Apesar da queda no número de vendas desde o início da pandemia, os feirantes seguem com esperança em dias melhores.
"Com o que vejo aí fora, aqui está bom. Graças a Deus, o mercado esteve sempre aberto e conseguimos vender durante esse período. Às vezes muda um pouco o horário, mas está bom. Não podemos reclamar de nada, tem canto muito pior, pouco ou muito, mas estamos vendendo", relata o feirante Raimundo Armando, 55. Questionado sobre as vendas durante o período da quadra chuvosa no Ceará, que vai de fevereiro a maio, Raimundo conta que os preços estão melhorando e convida os consumidores a irem ao mercado antes que o mês de maio chegue ao fim.
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"Sobre os produtos de inverno, os preços estão bons, pode até baixar mais nesse mês. O feijão verde está com um preço legal. A hora de comprar é agora, o melhor período para encontrar o preço bom é nesse mês. Aqui, o cliente encontra de tudo, pimentão, alface, cebola, e feijão verde, né? Aqui eu faço até por uns R$ 5 ou R$ 6 o quilo", relata.
Entre os corredores do mercado, Beatriz Holanda, 28, cuida da organização das frutas e verduras que estão expostas em seu quiosque. Ela explica que a melancia e o jerimum têm atraído a atenção de alguns clientes pelo preço baixo.
"Quanto a melancia e o jerimum,os preços estão melhores, e o cliente está querendo mais, quem é que não gosta de comprar barato? O jerimum está saindo por R$ 3,50, a melancia saindo por R$ 2, trabalhamos com coisa boa, de qualidade, nada aqui é congelado, tudo é diário. O feijão verde também deu uma baixada, hoje, está saindo por R$ 7. Esse ano, ele já esteve de R$ 12, caiu quase para a metade do preço, tem que aproveitar", ressalta.
Sem tempo a perder, o feirante Wilame Ferreira, 27, falava sobre a movimentação do mercado, ao mesmo tempo que concretizava uma nova venda. Para ele, o cenário vai se tornando favorável outra vez.
"Deu uma melhorada boa, no começo da pandemia o fluxo era bem menor. O feijão verde está saindo muito, muito barato em comparação ao que já esteve. Melancia está saindo bastante também. O jerimum só vende mais nos fins de semana. Aqui, o feijão verde está saindo por R$ 8 ou R$ 10, já deu uma baixada. Já o jerimum, está saindo por R$ 5 o quilo, a melancia sai por R$ 2 o quilo a maior, a sem semente sai por R$ 5. As coisas estão melhorando", relata.
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Em meio aos passos apressados que passam pelo mercado, a tranquilidade do aposentado Sebastião Gomes, 75, chamava atenção. Sentado, com algumas sacolas de compras ao lado, ele conta sobre o prazer que sente ao frequentar o mercado.
"Aqui é um lugar que tem o preço acessível, eu gosto do mercado São Sebastião, tem até o meu nome. Gosto muito daqui, tem uns bancos pra gente sentar e descansar. Gosto de passar um dia tranquilo, comprar uma espiga de milho verde também, portanto, com certeza a gente leva as coisas com preço melhor", comenta.
Sobre os produtos que estavam em sua sacola, Sebastião conta que sempre procura os melhores preços, e que não leva nada sem pesquisar antes. Dos produtos propícios durante o período das chuvas, ele conta que os preços estão acessíveis.
"Ainda vou olhar frutas e verduras. Sobre o feijão verde, eu achei caro, a melancia o preço até que está bom, assim como o jerimum. Dá pro assalariado levar, o salário é pouco, mas isso dá pra comprar".
A doméstica Cícera Henrique, 62, conta que o segredo para economizar passa por uma boa negociação, além de um incansável processo de pesquisa entre os feirantes do mercado. "O preço está razoável. Hoje eu já comprei carne, galinha e, agora, estou comprando jerimum e limão. O jerimum saiu por R$ 4 reais. O segredo é querer economizar, pesquisar bastante e depois comprar. Sempre tem que pechinchar, o preço não está tão barato, eu já cheguei a comprar de R$ 3, então aumentou um pouco".
Na esquina das ruas Clarindo de Queiroz com Padre Ibiapina, em parte da calçada do mercado, está localizado o ponto do milho verde. Sentado, em posse de um facão utilizado para descascar o milho, Antônio Vieira, 78, conta sua rotina com orgulho.
"É um bom trabalho, a gente fica o dia todo aqui. Recebe o milho umas 21horas e já começa o serviço às 3horas da manhã, o milho está numa safra boa e o preço está bom. Você acha a espiga milho aqui de 40 centavos, já teve época que chegou a custar até um real, então o preço está uma maravilha", relata.
Antônio conta que trabalha no mercado desde a década de 1950, quando o local ainda recebia outro nome. Ele explica que já trabalhou com os mais variados serviços, e que tem se dedicado à venda de milho durante os últimos 15 anos. Com propriedade, Antônio explica o que o consumidor deve levar em consideração na hora de escolher uma espiga.
"É o seguinte, se ele quer pra canjica, pra pamonha ou pra bolo, tem diferença do cozido. Sempre o mais maduro é o mais indicado para bolo, canjica e pamonha, já os mais verdinhos, o pessoal usa mais para cozinhar. Aqui, a gente vende de todo jeito, por espiga, no cento, do jeito que o cliente quiser. Quanto mais ele levar, mais barato fica. Aqui, nós abrimos o milho na hora, ele está vendo se a mercadoria é de qualidade", destaca.
O horário de funcionamento do Mercado São Sebastião segue de segunda-feira a sábado, das 5h às 15horas, e aos domingos, de 5h às 12horas.
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