Polícia dispersa manifestação para reabertura de academias no Ceará
A ação estava prevista para se iniciar às 11 horas e se desenvolveria por meio de uma carreata. Representantes do setor dizem que a manutenção dos estabelecimentos fechados resultará em muitas demissões
14:16 | Abr. 11, 2021
Atualizada às 14h41min
Uma manifestação contra a decisão de manter academias fechadas no primeiro momento de flexibilização do lockdown no Ceará foi dispersada neste domingo, 11, pelo Comando Tático Motorizado (Cotam) da Polícia Militar. O movimento foi encabeçado pelo Conselho Regional de Educação Física da 5ª Região (Cref5) e ocorreu na Praça da Imprensa, em Fortaleza, nesta manhã.
De acordo com a presidente do Cref5, Andréa Benevides, mais de 30% das academias foram fechadas no Ceará durante a pandemia, e ela alega que os proprietários são os que mais estão sofrendo com essa situação são as academias de pequeno e médio porte. A representante enfatiza o envio de um ofício ao Governo do Estado em março, que destaca a importância da reabertura de academias. “Não entendemos por que o setor não está aberto ainda”, afirma.
Segundo Benevides, houve tentativas de interlocução com o Secretário Executivo de Planejamento e Orçamento, Flávio Ataliba, e com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Evandro Leitão (PDT), para intermediar o contato com o governador Camilo Santana (PT). O desejo é que o setor seja reconhecido como atividade essencial pelo governo.
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A ação dessa manhã estava prevista para se iniciar às 11 horas e se desenvolveria por meio de uma carreata, mas foi impedida pela PM, por descumprimento ao decreto estadual. Além de representantes do Cref5, estiveram na manifestação membros da Associação Cearense de Personal Trainers (Acept), do Sindicato das Empresas de Condicionamento Físico do Estado do Ceará (Sindfit-CE), do Sindicato dos Profissionais de Educação Física do Ceará (Sinpef-CE) e representantes de assessorias esportivas.
Além disso, Andréa se refere à decisão do prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), que sancionou academias e igrejas como atividades essenciais na Capital em 11 de março. Entre as reivindicações das entidades, estão apoio ao setor, prorrogação de pagamento de contas de energia e vacinação para educadores físicos.
O documento enviado fala sobre como esses estabelecimentos “estão no limite das operações” há mais de um mês. Para Taiana Lohmann, profissional de educação física e empreendedora, o setor está “muito desapontado” com a decisão do novo decreto, pois, segundo ela, os educadores físicos “fazem parte da solução do problema”. Ela aponta que, devido aos dias em que as academias estiveram fechadas, muitos colaboradores serão demitidos. “Há muitas pessoas precisando de ajuda nesse momento e sabemos o benefício que a atividade física traz para a população”, indica.
Em nota, a Polícia Militar disse que constatou cerca de 20 veículos no local marcado para a manifestação após ser acionada, por volta das 10 horas deste domingo. O órgão orientou os presentes a não se aglomerarem e se dispersarem, em razão dos decretos para combate à circulação do novo coronavírus. A recomendação foi obedecida pacificamente pelos manifestantes e ninguém foi detido na ação policial.
Leia a íntegra da nota divulgada pela PM:
A Polícia Militar do Ceará (PMCE) informa que uma composição do Comando de Policiamento de Choque (CPChoque) foi acionada, por volta das 10h de hoje, 11, para uma ocorrência de manifestação de educadores físicos, que marcaram de se concentrar às 11h na Praça da Imprensa, localizada na Avenida Desembargador Moreira, bairro Dionísio Torres, em Fortaleza, de onde sairiam com uma carreata para protestar contra o decreto governamental de combate ao coronavírus.
Quando chegaram ao local, os policiais militares do CPChoque constataram a participação de cerca de 20 carros, tendo sido feito contato com a Sra Andrea Benevides, presidente do Conselho Regional de Educação Física - CREF 5, e informando a respeito do decreto contra proliferação da COVID-19. Foi feita a conscientização dos presentes, antes mesmo que eles saíssem, ou descessem dos respectivos veículos, os manifestantes foram orientados a não se aglomerarem e a se dispersarem, solicitação, esta, que foi cumprida pelos presentes.
Como a aglomeração de pessoas foi dispersa, pacificamente, não houve detidos na ação policial.
Com informações da repórter Alice Sousa/O POVO