Nim indiano é a árvore mais comum em Fortaleza

Das espécies nativas, o destaque fica dividido entre Ficus e Oiti

Dentre a vasta relva de Fortaleza, mas ainda distante dos 36 m²/habitante tidos como ideais pela Organização Mundial da Saúde (OMS), três tipos de vegetação se destacam pela cidade.

Segundo informações da Secretaria do Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), a árvore mais comum encontrada na Capital é o Nim indiano (Azadirachta indica), de origem asiática, e que tem se adaptado bem ao Nordeste brasileiro. Já no quesito espécies nativas, o destaque fica dividido entre duas plantas: Ficus (Ficus microcarpa) e Oiti (Licania tomentosa). Ambas predominam na região central de Fortaleza.

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Mesmo não tendo vantagem numérica sobre as demais árvores da Capital, o Ipê-Amarelo, também conhecido como Caraúba, foi eleito como árvore símbolo de Fortaleza. O resultado foi divulgado neste mês de março, após uma consulta pública realizada pela Seuma em 2020.

A árvore, que pode alcançar até 20 metros de altura, destaca-se pela beleza. Anualmente, durante o segundo semestre do ano, os Ipês são responsáveis por colorir a cidade de Fortaleza. Com suas copas amareladas, as árvores chamam atenção durante os meses de setembro e outubro.

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Fortaleza supera meta de arborização traçada pela Prefeitura, biólogo questiona dados

Lançado em maio de 2014, o Plano de Arborização de Fortaleza nasceu com o objetivo de incentivar plantios na Capital de maneira ordenada e sistematizada. Além do zelo pela organização da cidade, o projeto já nasceu com uma meta: chegar a 2020 com 15 metros quadrados de área verde por habitante, valor estabelecido como ideal pela Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU).

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o valor mínimo, para que se tenha uma cidade saudável, de área verde por habitante é de 12 m², sendo o de 36 m² o número ideal, um cenário em que cada cidade teria pelo menos três árvores por morador

Segundo o último levantamento da Secretaria Municipal do Urbanismo e do Meio Ambiente (Seuma), feito em 2019, Fortaleza atingiu 18,37 m²/hab de área verde, ultrapassando a meta estipulada antes do fim do prazo estabelecido no início do plano.

Ao todo, foram 231.381 mudas doadas e plantadas pela Prefeitura de Fortaleza entre os anos de 2013 e 2020. Em junho de 2016, data em que foram divulgados os primeiros dados do plano de arborização, o projeto já havia conseguido implementar 57 mil novas árvores na Capital.

Já entre a segunda metade de 2016 e o ano de 2020 foram mais de 174 mil novas árvores plantadas na cidade. O que, segundo os dados da Seuma, gera uma média que supera mais de cem novas árvores plantadas por dia, durante os últimos anos.

Em 2005, a cobertura vegetal de Fortaleza era muito abaixo do que as indicadas pela OMS ou SBAU, com apenas 4m² de área verde/hab. Dez anos depois, no início do projeto de arborização, esse número dobrou, atingindo a marca de 8m² de área verde/hab.

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Para o presidente da SBAU, Sérgio Chaves, os investimentos em políticas ambientais se fazem necessários para o desenvolvimento urbano saudável.

"É extremamente importante a questão do investimento no verde urbano das cidades, a SBAU recomenda que os municípios pensem em arborização. Temos todas as questões positivas como a amenização do clima, além da questão do oxigênio e das sombras".

Chaves relata que, diante do cenário apresentado em 2005, o atual cenário, com base nos dados apresentados pela Seuma, mostra avanços na área.

"Ele é um bom número em relação ao que já vimos, mostra que houve um investimento. Sair de 4 para 18, como foi apresentado, mostra que estão no caminho certo, o número mais do que triplicou", ressalta.

Entretanto, os dados apresentados são contestados pelo vereador e biólogo Gabriel Aguiar (Psol). Segundo o parlamentar, os números não condizem com a realidade.

"Quando afirma-se que foi aumentado de 4 para 18m² de área verde/hab, passa a falsa impressão de que Fortaleza está plantando árvores e aumentando a sua cobertura vegetal. É muito importante esclarecer essa situação. Gostaria de destacar que a cobertura vegetal de Fortaleza está em queda livre".

Segundo Aguiar, os números referentes a área verde original da Capital estão em queda desde a década de 60, o que tornaria inviável esse aumento de área verde por habitante.

"Em 1968, nós tínhamos 66% de cobertura vegetal original. Em 1990, caiu para 17%. Em 2002, nós tínhamos apenas 7% de cobertura vegetal original e no último dado de 2015, nós temos 2,9%", destaca.

O parlamentar afirma que os dados apresentados pela Prefeitura incluíram áreas nas quais já existia vegetação, mas que não apareciam nos mapas anteriores, como o Parque do Cocó.

"A questão do crescimento do índice de área verde por habitante não quer dizer que áreas sem cobertura verde foram tratadas e resgatadas, mas a sua variação se deve à inclusão de área verde de loteamentos no momento que passam a pertencer ao patrimônio da cidade, ao decreto oficial de parques municipais, como o Parque do Cocó, que adiciona área verde considerável, e
decretos de áreas de conservação", relata.

A Seuma informa que todos os dados são do Sistema de Informações Territoriais de Fortaleza (SITFOR). Luciana Lobo, titular da Seuma, conta que o aumento da área verde é um compromisso da atual gestão municipal.

"O aumento da área verde da capital é um compromisso da Prefeitura de Fortaleza na promoção da qualidade de vida da população. Esse crescimento arbóreo na cidade é de suma importância, pois favorece o microclima urbano da capital, por meio da redução da incidência dos raios solares, diminuindo a temperatura e atuando como sumidouro de gases do efeito estufa", destaca.

Lobo afirma que a Prefeitura trabalha, por meio de ações, para ampliar a oferta de áreas verdes na Capital.

"Podemos citar o fortalecimento da Rede de Sistemas Naturais do Município, através da qualificação e conexão das áreas verdes de domínio público, assim como a melhoria da relação entre o ambiente natural e construído de Fortaleza. Além disso, o Plano Local de Ações Climáticas de Fortaleza propõe uma meta mais ambiciosa, atingir 20 m²/hab de área verde até 2030 e 26,48 m²/hab até 2040", finaliza.


Os cuidados para cultivar uma árvore em Fortaleza

Plantar uma árvore é um gesto que demonstra cuidado e preocupação com o meio ambiente. Entretanto, o plantio responsável é necessário para que problemas futuros não venham a acontecer, é o que explica a coordenadora da célula de Políticas Ambientais da Seuma, Viviane Damasceno.

"É indicado que se busque uma orientação antes de se plantar uma árvore que tenha médio ou grande porte. É uma forma de evitar problemas no futuro com as raízes e até mesmo com a altura da planta. Algumas árvores possuem raízes que sobem e causam problemas nas calçadas, um outro caso são as plantas que crescem demais e podem causar algum problema na rede elétrica", explica.

 

A coordenadora conta que a Prefeitura de Fortaleza, por meio da Seuma, oferece todo o auxílio necessário para aquela pessoa que tenha interesse em plantar e cuidar de uma árvore ou zelar por uma pequena muda.

"Temos o projeto Árvore na Minha Calçada e o projeto de Doação de Mudas da Seuma. O primeiro projeto, nada mais é do que a pessoa entrar em contato com a Seuma informando que tem algum canteiro ou que tem espaço em uma praça, enfim, qualquer lugar que ela se disponibilize a cuidar dessa planta. Dou o exemplo do Ipê, que se encaixa nesse projeto", diz.

Viviane explica que, após manifestar o interesse em adquirir a planta, a Seuma enviará uma equipe técnica até o local para que se verifique se o local se adequa às necessidades daquela planta.

"Nós damos as opções de árvores disponíveis. Nossos técnicos vão até o local para verificar se essa planta que a pessoa escolheu se adequa ao local solicitado, muitas vezes nossos técnicos fazem o plantio. Vai depender muito do local, algumas vezes o concreto é um fator que pode atrapalhar. Entretanto, os técnicos aprovando o local, vendo que não há problemas, realizam o plantio", esclarece a coordenadora.

Após a confirmação que o local escolhido é apto para receber a nova planta, o solicitante assinará uma declaração informando que ficará responsável por cuidar dessa árvore, fazendo os procedimentos necessários como poda e aguação. Viviane explica que os técnicos informam todos os cuidados necessários de acordo com a árvore adquirida.

"Nossos técnicos ainda capacitam a pessoa para que ela entenda o que deve fazer para cuidar daquela planta. Informa quais são as necessidades daquele tipo de planta, o que deve ser feito ao longo dos dias. A partir daí, o solicitante fica responsável por essa árvore em sua calçada".

Já para adquirir uma pequena muda o processo é ainda mais simples, pois não é preciso o envio de equipes ou a análise do lugar de plantio. A coordenadora comenta que esse tipo de cultivo é mais comum dentro das residências.

"As mudinhas geralmente são medicinais, plantas de pequeno porte, não é uma árvore de 1,80m ou 2,20m, as pequenas não causam problema. Às vezes, a pessoa quer plantar o alecrim ou o capim santo. Geralmente são colocadas em casa e até mesmo na calçada também, são plantinhas medicinais e fitoterápicas, temos uma diversidade de tipos", finaliza.

Durante a vigência do decreto estadual que impõe isolamento social rígido no Ceará, o serviço encontra-se suspenso. Entretanto, todos que manifestam interesse de adquirir alguma das plantas disponíveis estão sendo cadastrados para receberem a sua árvore assim que o serviço se normalize.

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QUADRO COM AS ESPÉCIES DISPONÍVEIS

Espécies de mudas e árvores disponíveis na CPA/SEUMA

Aos interessados, o contato pode ser feito por WhatsApp ou Email:

85 8814-3849
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