Fortaleza tem alagamentos da periferia à Beira Mar na maior chuva do ano
Com queda da intensidade da chuva por volta das 10h da manhã, pontos de alagamento tendem a desaparecerApós longo período de precipitações durante a madrugada e manhã, Fortaleza registrou diversos pontos de alagamento. Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), esta foi a maior chuva na Capital em 2021, com 121,2 milímetros acumulados em 24 horas.
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No bairro Aerolândia, o problema se repete. No cruzamento entre as ruas Capitão Olavo e Major José Araújo Aguiar, o nível da água superava as calçadas. Claudemir da Silva, que vive e trabalha na região, conta que já não tem esperança de que as coisas melhorem.
"Toda vida, sempre foi assim. Já teve um vereador que veio aqui ano passado falando que ia resolver, mas não fez nada até agora. A primeira chuva que deu esse ano já tinha ficado desse jeito aqui. Qualquer chuvinha é isso aí, não tem jeito", desabafa.
Carros, motos e até mesmo caminhões que trafegavam pela região tiveram dificuldades nas vias do bairro. A situação é a mesma na rua Tenente João Albano.
"Todos os anos é esse mesmo problema. Ninguém pode sair de casa e nem ir para canto nenhum porque fica tudo cheio de água por aqui. Nós fazemos essa cobrança. Todos os anos vem vereador, vem alguém da Prefeitura, mas continua do mesmo jeito", lamenta José Tarcísio, que mora há 20 anos no bairro.
Dono de um pequeno comércio na Aerolândia, Tarcísio relata que o alagamento já inundou seu mercadinho em outras ocasiões.
"A água entra aqui em algumas situações. Se a chuva continuar, da maneira que está aí, provavelmente vai entrar água. Já estou contando com isso", lamenta o comerciante.
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Já no Lagamar, apesar das fortes chuvas, os problemas com alagamentos não se repetiram. Apesar do grande nível de água no canal que corta o bairro, as ruas Sousa Pinto e a rua do Canal não foram afetadas. O ponto negativo é o acúmulo de lixo ao longo da rua Sousa Pinto.
Por volta das 10 horas da manhã, cerca de 30 minutos após o término das chuvas intensas, vias como a avenida Aguanambi e a avenida Heráclito Graça já apresentavam um fluxo normal de veículos, sem maiores problemas ocasionados pela chuva. A mesma situação foi encontrada na avenida Vicente de Castro, no bairro Mucuripe.
Entretanto, na avenida Beira Mar, um bueiro transbordou e gerou um pequeno ponto de alagamento nas proximidades do Parque Bisão, que é cortado pelas águas do Riacho Maceió.
"Qualquer chuvinha é isso, direto. Agora já está baixando mais, porque a chuva diminuiu. Esse bueiro sempre tem esse problema aí. Quando chove muito, como hoje, já é certeza que vai vazar. Quando passa a chuva, aí melhora, demora uns 30 minutos ou até uma hora para baixar, depende do tanto de água", explica o jardineiro Pedro Maia.
A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) informou na tarde de sexta que "o extravasamento ocorrido na manhã desta sexta-feira (26) na Rua Tereza Hinko, na Beira Mar, já foi solucionado. A ocorrência foi devido ao lançamento irregular de água de chuva na rede de esgoto do local." A Cagece destacou que água de chuva e resíduos sólidos não devem ser despejados na rede coletora de esgoto, que não foi dimensionada para receber este tipo de material. "A rede de esgoto deve receber exclusivamente esgoto dos imóveis que estão interligados ao sistema. Águas de chuva devem ser direcionadas para rede de drenagem", explica a companhia.
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Em outros pontos da principal avenida da orla de Fortaleza, o fluxo de carros era baixo, assim como o número de pessoas que andavam pelo calçadão. As placas eletrônicas sinalizavam um dia atípico na Capital ao registrarem 19°C de temperatura.
Segundo as análises da Funceme, de hoje, 26, até domingo, 28, o Norte do Nordeste do Brasil (NEB) continuará sob a influência de áreas de instabilidade que estão se formando, principalmente por causa da proximidade da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT).
Para este sábado, 27, a tendência é de chuvas em todas as macrorregiões do Estado. As precipitações mais intensas devem ocorrer na faixa litorânea, no Noroeste (Litoral Norte e Ibiapaba) e no Sul (Cariri e Sul do Sertão Central e Inhamuns).
"Foi uma ótima semana no Ceará, que foi banhado por precipitações quase todos os dias. Essas chuvas foram ocasionadas por dois fatores: no Centro-Norte do Estado foi a influência da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e, nas demais regiões, áreas de instabilidade geradas pela umidade e calor ocasionaram a formação das nuvens de chuva", explica Meiry Sakamoto, gerente de meteorologia da Funceme.
Até às 13 horas desta sexta-feira, 26, 158 municípios cearenses haviam registrado chuvas entre as 7 horas da quinta-feira e o mesmo horário desta sexta-feira.
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