Chuva carrega lixo do riacho Maceió e deixa mancha escura na praia do Mucuripe; veja vídeo

Imagens foram registradas durante a chuva desta terça-feira, 16, em Fortaleza

21:41 | Fev. 16, 2021

Por: Mirla Nobre
O final do córrego desemboca no mar da praia, e com as chuvas, a sujeira é levada diretamente para a água do litoral (foto: Reprodução/Luciana Otoch)

Um antigo problema volta a aparecer com o registro de chuvas em Fortaleza. Nesta terça-feira, 16, a praia do Mucuripe, na avenida Beira Mar, dividiu o espaço com o lixo procedente do riacho Maceió, onde uma extensa mancha escura foi notada no mar da Capital. O final do córrego desemboca no mar da praia, e com as chuvas, a sujeira é levada diretamente para a água do litoral. 

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Um vídeo gravado por uma moradora local, a fotógrafa Luciana Otoch, mostra o momento em que a água escura do riacho Maceió chega ao mar e uma extensa mancha escura é notada na praia. O córrego tem início no bairro Papicu e termina no Parque Bisão, no Mucuripe. As imagens foram registradas durante a chuva desta terça-feira, na Capital. 

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Ainda segundo a moradora, a imagem é recorrente, conhecida como a “língua preta do Maceió”. O POVO procurou a Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Executiva Regional II (SER II), responsável pela área, para saber que medidas o órgão articula para evitar o problema. De acordo com a pasta, a mancha ocorre em função das fortes chuvas que resultaram no aumento do volume do Riacho Maceió.

Leia a nota na íntegra:

"A Secretaria Regional II esclarece que a mancha escura na Avenida Beira Mar, na altura da esquina com a Rua Tereza Hinko, ocorreu em função das fortes precipitações que resultaram no aumento do volume do Riacho Maceió que tem todo o curso d’água desaguando naquele trecho.

Com as fortes chuvas, foram carreados para o percurso do Riacho lixo e resíduos sólidos que a população descarta de forma irregular no leito no mesmo.

Diante dessa problemática, já está em execução uma obra ambiental a fim de sanar essa situação do Riacho Maceió. A obra prevê drenagem, canalização, urbanização e saneamento da foz do Riacho Maceió. O valor estimado da obra ambiental do Riacho Maceió é de R$ 24,2 milhões.

Medidas preventivas adotadas

Para evitar e minimizar os riscos de alagamento e inundação, a Regional II informa, ainda, que a partir de trabalho conjunto realizado pela Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (SCSP), Defesa Civil e as demais Regionais, dentre outros órgãos, segue com um cronograma constante de limpeza de recursos hídricos (canais, lagoas e açudes) em todos os bairros, realizando a retirada do lixo e do matagal presente no entorno desses locais, durante todo o ano.

Também é feito um monitoramento constante das áreas sujeitas a alagamentos e inundações. Na área da Regional II, por exemplo, o Riacho Maceió, o Riacho das Lavandeiras, a Sangria da Lagoa do Papicu, o Canal Prisco Bezerra, o Canal do Papicu, o Canal Jangadeiro, o Canal do Lagamar e a Lagoa do Gengibre, receberam serviços de limpeza.

Em 2020, foram realizadas as limpezas de 161 canais e lagoas. Também foram retiradas 26.238,42 toneladas de materiais dos recursos hídricos da Cidade, bem como foi realizada a desobstrução de 6.315 bocas de lobo.

Para isso, a Prefeitura conta com o trabalho de 250 pessoas e o auxílio de duas retroescavadeiras e duas escavadeiras hidráulicas para as lagoas, assim como cerca de outras 70 pessoas e de mais três caminhões multiuso, que auxiliam na limpeza de pequenas galerias e bocas de lobo. Os dejetos são redirecionados para aterros sanitários".