MPCE investiga associação criminosa em festas clandestinas realizadas durante a pandemia
O órgão observa que o número de pessoas demandadas para organização de um evento é significativamente alto. Eventos chegam a reunir milhares de pessoas — em sua maioria jovens — em um mesmo lugar
19:41 | Fev. 05, 2021
O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) iniciou investigação para apurar se organizadores de festas clandestinas também cometeram crime de organização criminosa. O órgão observa que, mesmo contra as medidas sanitárias determinadas para conter o avanço do novo coronavírus, os eventos seguem acontecendo com um número considerável de pessoas envolvidas na promoção de cada festa. Além disso, o MPCE vai apurar a prática dos crimes de infração de medida sanitária.
Nesta sexta-feira, 5, o órgão estadual recomendou que a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) intensifique as medidas para controlar e reprimir as festas clandestinas. Uma das ações sugeridas foi o levantamento dos Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCOs) já lavrados em relação a eventos clandestinos. O objetivo é chegar à identidade de organizadores e promotores de festas, assim como os crimes praticados.
O procurador-geral de Justiça, Manuel Pinheiro, ponderou que a insistência na realização dessas festas decorre do lucro que elas proporcionam. “Essas pessoas sabem que os decretos estaduais proíbem eventos com aglomerações e, mesmo assim, se associam e dividem tarefas para realizar essas festas clandestinas, causando a contaminação, o adoecimento e até mesmo a morte de várias pessoas pela Covid-19”, afirmou.
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Ele lembrou que cada evento demanda um número grande de pessoas para organização e isso gera a suspeita da prática de organização criminosa. “Há a divulgação nas redes sociais, o aluguel de imóveis, a contratação de atrações musicais, a montagem de palcos, a cobrança de ingressos, a venda de bebidas, entre outras coisas”, pontuou.
“As vacinas estão chegando, daqui a pouco vamos poder nos divertir com toda liberdade, sem colocar em risco a vida das pessoas que nós amamos. Por ora, temos que ter empatia, solidariedade e responsabilidade para que possamos atravessar esse momento tão difícil”, insiste o procurador-geral.