Justiça nega liberdade a líder religioso acusado de crimes sexuais no Ceará

Caso envolvendo Pedro Ícaro de Medeiros, o guru Ikky, repercutiu nacionalmente após relatos de vítimas da comunidade Afago. Processo está em segredo de justiça

14:58 | Jan. 26, 2021

Por: Ítalo Cosme
PEDRO ÍCARO foi condenado a a 34 anos de prisão por estupro de vulnerável (foto: Reprodução / Fantástico)

A 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) negou pedido de habeas corpus a Pedro Ícaro de Medeiros, líder religioso criador da Comunidade Afago, acusado de crimes sexuais contra duas adolescentes. Conhecido como Ikky, o guru está preso preventivamente desde 29 de setembro do ano passado. O processo segue em segredo de justiça, por se tratar de crime sexual.

O POVO buscou o TJCE para mais detalhes da decisão dos desembargadores, que confirmou que o HC não  não foi concedido e que "o processo tramita em segredo de Justiça e, por isso, não podem ser repassadas mais informações".

A defesa do acusado é feita pelo advogado Paulo Quezado. "Vamos esperar o texto do Acórdão para entrar com recurso ordinário em Brasília, junto ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). Não vamos entrar no mérito por causa do sigilo", afirmou Quezado.

Pelo fato de o processo ser protegido pelo segredo de justiça, o Ministério Público do Estado (MPCE) não se pronunciou sobre o caso, por força da Lei. 

No entanto, respondeu: "O que podemos afirmar, de maneira sucinta, é que o MPCE se posicionou contrário à concessão da ordem de habeas corpus. A Câmara Criminal também negou a concessão do HC, acompanhando o mesmo posicionamento do MPCE", em nota enviada ao OPOVO. 

Na denúncia formalizada em julho de 2020, Ikky foi denunciado à Justiça pelo MPCE pelos crimes de violação sexual mediante fraude, por crime sexual para controlar o comportamento social ou sexual da vítima combinado com curandeirismo e charlatanismo.

Entenda o caso

Ikky foi preso em setembro após deflagração da Operação Erasta. Desde então, detalhes não foram divulgados. Em julho, a 15ª Vara Criminal de Fortaleza já havia acolhido outra denúncia contra o acusado de de violação sexual mediante fraude, crime sexual para controlar o comportamento social ou sexual da vítima, charlatanismo e curandeirismo, mas Ícaro não foi preso.

Naquele mesmo mês, o MPCE havia denunciado o líder por crimes sexuais.

O caso ganhou repercussão nacional após reportagem do Fantástico, na TV Globo, expor depoimentos de vítimas da Comunidade Afago.