Parceria entre Sema e UFC pode criar quarentenário para tartarugas marinhas no rio Pacoti

Ação deve integrar a agenda Pacto pelo Pacoti. Documento está em elaboração

15:49 | Dez. 11, 2020

Por: Marcela Tosi
Rio Pacoti, na Praia Porto das Dunas (foto: Mauri Melo)

Ameaçada por empreendimentos imobiliários, disposição de resíduos sólidos e tráfego de veículos sobre as dunas, a Área de Proteção Ambiental (APA) do rio Pacoti deve passar a receber mais atenção nos próximos meses. Na última terça-feira, 8, a Universidade Federal do Ceará e a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) firmaram um acordo para ações estratégicas de preservação e manejo.

"Semelhante ao que estamos articulando para fazer no Cocó, vamos lançar o Pacto pelo Pacoti, de forma a despoluir o rio, cuidar da sua fauna e flora, numa ampla ação de educação ambiental", explica o secretário do meio ambiente Artur Bruno.

O pacto e as parcerias dele advindas podem possibilitar a construção de um quarentenário para tartarugas marinhas, demanda de ambientalistas para os devidos cuidados com os animais que encalham no litoral. Conforme a Sema, cerca de 100 tartarugas marinhas encalham por ano em diferentes pontos das praias cearenses. Os animais resgatados com vida, contudo, precisam ser levados até centros de reabilitação especializados, sendo o mais próximo o Projeto Cetáceos da Costa Branca, da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN), com sede no município potiguar de Areia Branca.

De acordo com a Sema, os próximos encaminhamentos são elaborar o documento da agenda Pacto pelo Pacoti e buscar uma aproximação com outras instituições. Por ter uma unidade de pesquisa e extensão na APA, a proposta da UFC é que professores, servidores e estudantes do Centro de Estudos Ambientais Costeiros (Ceac) sejam atores centrais do processo.

Uso sustentável

A Área de Preservação Ambiental do Rio Pacoti é uma unidade de conservação de uso sustentável, criada em 15 de fevereiro de 2000 por meio do decreto nº 25.778. A unidade abrange áreas dos municípios de Fortaleza, Eusébio e Aquiraz e foi criada para proteger os ecossistemas manguezal, dunas, mata de tabuleiro e ciliar presentes no entorno do rio.

São cerca de 2.915 hectares que acolhem dezenas de crustáceos, répteis, aves e mamíferos, além de várias espécies da fauna aquática. Atualmente, nove comunidades sobrevivem diretamente da utilização de seus recursos naturais para agricultura de subsistência, pesca e atividades ligadas ao turismo.