Prédio que laje caiu nesta quarta não corre risco de desabar

O Corpo de Bombeiros confirmou que não houve vítimas e pediu aos motoristas que evitem transitar pela região

09:38 | Dez. 09, 2020

Por: Redação O POVO
Imagens da parte da laje que desabou em Fortaleza nesta quarta-feira, 9 de dezembro (foto: Deisa Garcêz/Especial para O Povo)

Atualização às 12h55min

A laje de um prédio no bairro Dionísio Torres em Fortaleza caiu nesta quarta-feira, 9. O edifício não corre risco de desabar, de acordo com a Defesa Civil do Município, que já havia sido acionada em 2017 e recomendou pequenos reparos de infiltrações no edifício, que foram executados. Não houve vítimas. A laje de uma loja ao lado do prédio apresenta ainda risco de desabamento.

"O prédio em si não apresenta risco de desabamento, só a laje, que houve realmente o colapso dela. E por conta disso optamos pela interdição do prédio, para que moradores juntamente com o síndico possam começar a trabalhar a retirada dessa laje", explicou o coordenador da Defesa Civil, Luciano Agnelo. A orientação é de que um engenheiro calculista seja contratado e haja escoramento da laje para retirada do material. Até lá os moradores não poderão retornar. O síndico já estaria conversando com uma empresa sobre orçamento de inspeção e para retirada do entulho. 

O coordenador da Defesa Civil suspeita que não tenha ocorrido inspeção predial, mas só poderá confirmar após notificar o sindico e avaliar a documentação. O prédio tinha 40 anos, segundo informações do Corpo de Bombeiros. De acordo com Hilmar Alves, diretor da CSI Inspeção Predial, um morador do prédio entrou em contato com a empresa relatando preocupação com infiltrações e rachaduras. Um orçamento foi feito e entregue em agosto. Entretanto, pela pandemia e por falta de acordo entre os moradores, a inspeção não foi feita.

 

Moradores da região contaram que o caso aconteceu por volta das 9 horas da manhã. O prédio principal, que teria cerca de 40 anos, foi evacuado por segurança, assim como dois prédios vizinhos. 

O Corpo de Bombeiros recomendou que os motoristas evitem transitar pela região da ocorrência, no cruzamento da avenida Barão de Studart com a Soriano Albuquerque. O major Giuliano Rocha, do Corpo de Bombeiros, confirmou que não houve vítimas na ocorrência e afirmou que situação está "sob controle". Segundo o levantamento feito pelo Corpo de Bombeiros, o prédio tinha 40 anos, dois anos a mais que o Edifício Andrea, que desabou no ano passado, também em Fortaleza.

Prédios evacuados

 

De acordo com informações dos Bombeiros, no prédio onde houve o desabamento da laje, são seis apartamentos onde moram seis famílias. No edifício do lado esquerdo, são 12 apartamentos, totalizando 50 pessoas. Já no prédio da direita, são seis apartamentos, também com seis famílias. Todos os moradores foram evacuados, mas já puderam voltar a suas casas. Apenas quem mora no prédio principal não poderá voltar até a laje ser retirada. O major dos Bombeiros pediu que as famílias de quem mora ou trabalha próximo da região se tranquilizem.

A parte que desabou foi a laje de pontos comerciais que ficam na parte da frente do prédio. A informação foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros. A estrutura que desabou não seria habitado por moradores.

Moradores

 

O representante dos moradores do prédio, o empresário identificado como Marcos Amorim, 43, contou que escutou um barulho muito alto e, pela varanda, percebeu que o mezanino tinha desabado. Ele pegou a família e correu para o lado de fora do prédio e observou as condições estruturais do edifício. " Eu vim observar se tinha alguma fissura, alguma coisa na parte estrutural. Não tinha. Daí me tranquilizei um pouco mais", afirmou.

O morador relatou que voltou para avisar aos outros condôminos e todos evacuaram o prédio. Além disso, o empresário conta que o retorno também foi motivado por seus cachorros, que tinham ficado no apartamento. Ele mora no terceiro andar e resgatou os dois cães, um de cinco e outro de sete anos. "Não tive medo não, nessas horas a gente não pensa", disse ele. 

Outro morador contou que teve tempo apenas de fazer uma mala e sair. O empresário Marcos Túlio Silveira disse que escutou o barulho do desabamento e, em seguida, os pais o chamaram para sair do apartamento. Há mais ou menos um mês, eles terminaram uma reforma onde viviam no terceiro andar. "Nós temos outro apartamento (caso o prédio seja condenado). A minha maior preocupação é com os vizinhos. Como é pouca gente, todo mundo é uma família. Nós vamos ver o que conseguimos fazer pelos outros também. Minha situação está resolvida, mas a deles não", disse ele. 

Com informações da repórter fotográfica Deísa Garcez e da repórter Angélica Feitosa