Cemitérios de Fortaleza têm público abaixo da média no dia dos Finados; confira movimentação
Cemitério do São João Batista registra longas filas e aglomeraçãoOs cemitérios de Fortaleza que reabriram neste feriado de Finados para receber visitantes registraram público aquém do esperado. A pandemia da Covid-19 é apontada como o principal fator que coibiu o público de prestar homenagens aos mortos. Maior equipamento do tipo da Capital, o Cemitério do Bom Jardim, nos últimos três dias, recebeu cerca de 10 mil pessoas. A média de anos anteriores é de 40 mil.
Conforme o secretário da Regional V, José Ronaldo Rocha Nogueira, objetivo é que as pessoas sejam diretas em suas visitas. "Hoje não está podendo a comercialização de velas ou de flores, nem de refrigerantes ou água, para que as pessoas sejam objetivas. Não está havendo missas nem cultos. Está reservado inteiramente só para a visitação do seu ente querido", afirma.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Na área externa do local, agentes da Autarquia Municipal de Trânsito (AMC) organizavam o trânsito. A Polícia Militar do Ceará (PMCE) também apoiou a ação no local para diminuir o comércio de produtos. Cerca de 32 servidores públicos foram destacados ao local para auxiliar no ordenamento da região.
Uma operação especial foi organizada pela Prefeitura e os cemitérios públicos estiveram abertos desde o sábado, 31, até esta segunda-feira, 2, das 7h às 16h. Na entrada dos locais visitados, havia equipe para medir a temperatura, distribuir kits de proteção com máscaras e álcool em gel.
Mesmo com os protocolos, a doméstica Silva Helena, 49, continuou a tradição que mantém desde 2011 e decidiu visitar a avó. Pelo tempo de sepultamento, ela precisou procurar atendimento para achar o túmulo mas não encontrou dificuldades e o momento foi de saudade. "São momentos tristes porque é uma pessoa que você não quer perder", disse.
Também no local, o servidor público Herlanio Evangelista, 42, foi visitar a avó que foi sepultada em maio deste ano. Pela pandemia, essa foi a primeira vez que ele pode ir ao túmulo dela, que morreu de causas naturais, desde o sepultamento. Como é de uma família pequena, durante a pandemia, eles puderam vir, mas, segundo ele, foi tudo muito rápido, mesmo não sendo por Covid-19. "A dor de ter que ficar lá de fora do portão, hoje recebo o alento de poder ir especificamente no local da sepultura", afirma ele.
No São João Batista, no Centro de Fortaleza, cerca de 500 pessoas estiveram no local. O comum para este período é um público de 5 mil. Mesmo assim, longas filas se formaram no local. Entraram as primeiras 200 pessoas, a medida que 20 visitantes saiam, outras duas dezenas eram autorizadas a entrar, conforme Thiago Frota, coordenador administrativo do equipamento.
No local, Paula Vieira teve de esperar mais de uma hora para conseguir entrar com a família para visitar o túmulo da sogra. "Às vezes vem gente, eles botam para entrar primeiro e o restante fica lá atrás no solzão quente. A demora é que está demais", reclamou.
Houve quem fosse ao local para devoção. O jovem José Augusto, 17, chegou cedo para realizar orações aos falecidos, mesmo sem ter parentesco com nenhum deles. Além das preces, o jovem dedicou flores a quem estava sepultado no local. "Aquelas almas que precisam da nossa oração para que, com a misericórdia de Deus, possam se libertar desse estado de purificação para entrar no Reino dos Céus", completou.
No cemitério particular Parque da Paz, localizado no bairro Castelão, o público foi cinco vezes menor que o habitual, conforme Tiago de Alencar Vieira, gerente-geral do equipamento. A rua que dá acesso ao local quase não tinha movimentação. Quem passa pelas vias no dia de Finados sempre tem dificuldades de transitar devido às aglomerações de veículos. Desta vez foi diferente. Portões foram fechados. Apenas duas entradas foram disponibilizadas.
"A gente passou o mês todo orientando os nossos clientes e familiares para comparecer de forma antecipada para não gerar aglomeração. Sempre prezando pela segurança”. A estratégia foi investir nas plataformas digitais para realizar missas e receber mensagens dos familiares que não puderam comparecer ao local.
Cemitérios públicos
Estarão abertos para visitação entre os dias 31 de outubro e 2 de novembro, das 7h às 16h
Cemitérios particulares
Já funcionando para visitação, cada um terá sua própria programação online.
Cuidados contra a Covid
Uso de máscara é obrigatório durante as visitas. Nos cemitérios públicos haverá fiscalização, ações educativas e aferição de temperatura.
Celebrações
Para evitar aglomerações, todas as cerimônias presenciais estão proibidas de ocorrer nos cemitérios. Assim, as missas acontecerão nas paróquias.
Colaborou Julia Duarte