Empresa diz que seguiu protocolos desde o "primeiro momento" em prédio que sofreu explosão em Fortaleza

Em entrevista à rádio O POVO CBN, o sindicato dos trabalhadores afirmou que os funcionários tiveram dificuldades para serem liberados do trabalho

14:56 | Set. 25, 2020

Por: Leonardo Maia
Explosão em prédio da Santos Dumont (foto: Aurélio Alves)

A empresa Oi, detentora do prédio no bairro Papicu que sofreu explosão nessa quinta-feira, 24, afirmou que seguiu todos os protocolos de segurança quando notou os primeiros indícios de vazamento de gás. Em nota divulgada nesta manhã, a companhia defendeu que começou os trabalhos de evacuação do prédio antes mesmo da chegada do Corpo de Bombeiros ao local.

Em entrevista à rádio O POVO CBN, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do Ceará (Sinttel-CE), João Cézar Barbosa, disse que os funcionários que estavam trabalhando no prédio tiveram dificuldades para ser liberados do trabalho. De acordo com ele, duas horas antes da explosão, ocasionada por vazamento de gás, os funcionários já relatavam estar sentindo mau cheiro.

O vazamento de gás, que causou a explosão, não guarda nenhuma relação com as atividades da Oi, de acordo com a nota. Por meio de sua assessoria, a Cegás confirmou a informação e disse que a intervenção que o ocasionou o vazamento foi feita por outra empresa, também da área de telecomunicações.

A Oi solicitou às autoridades locais um laudo técnico que aponte as causas da explosão que danificou suas instalações. A empresa aguarda a liberação do prédio para avaliar os prejuízos que sofreu com o incidente.

Um inquérito foi instaurado pela Polícia Civil para apurar as “causas e circunstâncias” do incidente. A Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) faz primeiros levantamentos no local.

Duto perfurado ocasionou explosão

O vazamento de gás aconteceu após uma empresa de telecomunicações perfurar, em uma quadra próxima ao prédio, um duto da companhia Cegás. De acordo com a assessoria do empreendimento, o combustível acabou se espalhando com a perfuração e chegou até o equipamento, se acumulando até provocar as duas explosões.

A Cegás informou que segue investigando a causa e interrompeu o fornecimento de gás na região até as 19 horas dessa quinta-feira. Após as explosões, o prédio foi isolado e um trecho da Santos Dumont, entre as ruas Professor Otávio Lobo e Almeida Prado, foi interditado como medida de segurança.

O Corpo de Bombeiros permaneceu no local até o fim da noite monitorando os níveis de gás que ainda restavam no equipamento. A ação foi feita para garantir a segurança de residências próximas do local.

Veja imagens do prédio após explosão

 

Como proceder em casos de vazamento de gás

De acordo com o tenente-coronel Wagner Maia, Chefe do Comando de Engenharia e Prevenção de Incêndio do CBMCE, o procedimento em casos de vazamento de gás precisa ser feito "de acordo com cada situação". O acionamento de bombeiros, porém, deve ser feito de forma imediata, bem como a comunicação do caso à concessionária de gás para que sejam enviadas equipes ao local.

Maia pondera que, dependendo dos cenários, "pode nem ser preciso retirar as pessoas do local". No caso da explosão no prédio do Papicu, a retirada foi necessária. O CBMCE orienta também que é necessário chamar um engenheiro para avaliar as condições do local.

Leia a íntegra da nota divulgada pela Oi

A Oi informa que seguiu todos os protocolos de segurança desde o primeiro momento, quando os técnicos que trabalham na Estação Praia do Futuro, em Fortaleza, perceberam indícios de vazamento de gás. A companhia agiu prontamente e iniciou os trabalhos de evacuação do prédio, antes mesmo da chegada do Corpo de Bombeiros ao local. A atuação rápida da companhia garantiu a preservação da integridade física de todos os seus funcionários - todos deixaram o prédio em segurança, ninguém se feriu. A companhia solicitou às autoridades locais um laudo técnico que aponte as causas da explosão que danificou as suas instalações, originada por um vazamento de gás que não guarda nenhuma relação com as atividades da Oi. A Oi aguarda a liberação do prédio pelas autoridades para avaliar os prejuízos que sofreu com a explosão.