Sindicato diz que empresa resistiu em evacuar funcionários de prédio onde houve explosão no Papicu
Vazamento de gás ocasionou explosão em prédio de prestadora de serviços de telecomunicações. A Oi afirma que acionou imediatamente a brigada de incêndio para realização evacuação. Não houve feridos
22:21 | Set. 24, 2020
Trabalhadores da Rede Conecta, prestadora de serviços de telecomunicação que teve prédio atingido por explosão por volta das 14 horas desta quinta-feira, 24, na avenida Santos Dumont, entre as ruas Dr. Zamenhof e Almeida Prado, no bairro Papicu, relataram ter sentido mau cheiro no local por volta do meio-dia. De acordo com João Cézar Barbosa, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do Ceará (Sinttel-CE), os funcionários procuraram a entidade por meio de mensagens para avisar do fato e dizer que estavam encontrando dificuldades em serem liberados do trabalho. Em nota, a Oi pontua que agiu de imediato nos primeiros vestígios de vazamento e pontua que não houveram feridos.
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"Desde o meio-dia a gente estava recebendo denúncia de que os trabalhadores estavam sentido mau cheiro dentro do prédio e encontrando dificuldade em se ausentar do local porque não acontecia a identificação do que estava realmente ocorrendo por parte da empresa", relata João Cézar, que foi ao local para prestar apoio aos funcionários, em entrevista à rádio O POVO CBN.
A informação é corroborada pelo presidente do Sindicato do Corpo de Bombeiros Civis, Luiz Silva. Um bombeiro civil, que estava de plantão na empresa no momento e foi o primeiro a atuar na ocorrência, orientou a chefia da empresa a realizar a evacuação das pessoas do prédio assim que o cheiro de gás apareceu. O responsável, no entanto, não teria concordado com a evacuação no primeiro momento.
"Para a pessoa poder ser realmente retirado foi preciso que uma das funcionárias que estava no call center passasse mal. Ficamos sabendo que houve uma resistência", diz Silva. Por meio de nota, a Oi, que é a empresa para qual a Rede Conecta presta serviços, afirmou que técnicos do local avisaram a brigada de incêndio da companhia assim que perceberam indícios de vazamento de gás.
"[A brigada de incêndio] imediatamente iniciou os trabalhos de evacuação do prédio e acionou o Corpo de Bombeiros e a Cegás (que confirmou um rompimento de tubulação na região)", pontua texto enviado pela Oi ao O POVO. A empresa confirma que não haviam mais funcionários no interior da edificação no momento em que os bombeiros militares chegaram e a explosão foi registrada.
A explosão danificou cabeamentos e equipamentos de telecomunicações da Oi, "afetando os serviços de parte dos clientes da companhia atendidos pela Estação Praia do Futuro". A companhia explica que aguarda liberação do prédio para fazer os devidos reparos no local e restabelecer seus serviços "o mais rapidamente". Laudo técnico é aguardado para confirmar que o vazamento não tem nenhuma relação com as atividades da Oi.
Veja imagens do prédio após explosão:
Antes da explosão, o prédio chegou a ser evacuado e nenhum dos trabalhadores ficou ferido. O acidente ocorreu após um tubulação que estava passando por manutenção próxima ao local ter tido um duto perfurado, de acordo com a companhia Cegás. O gás teria escapado e entrado pela tubulação do ar-condicionado da empresa de telecomunicações.
Uma segunda explosão chegou a ocorrer quando os bombeiros estavam dentro do local controlando a situação, deixando um agente com ferimentos leves. O prédio, bem como trechos da avenida Santos Dumont, foram interditados na tarde desta quinta para a realização de procedimentos de segurança.
Segundo o presidente do Sinttel-CE, ainda não informações sobre quando o prédio será liberado novamente. "Em primeira mão estamos dando assistência aos trabalhadores que estão nessa ansiedade de saber quando voltarão a trabalhar", pontua João César Barbosa.
Como proceder em casos de vazamento de gás
De acordo com o tenente-coronel Wagner Maia, Chefe do Comando de Engenharia e Prevenção de Incêndio do CBMCE, o procedimento em casos de vazamento de gás precisa ser feito "de acordo com cada situação". O acionamento de bombeiros, porém, deve ser feito de forma imediata, bem como a comunicação do caso à concessionária de gás para que sejam enviadas equipes ao local.
Maia pondera que, dependendo dos cenários, "pode nem ser preciso retirar as pessoas do local". No caso da explosão no prédio do Papicu, a retirada foi necessária. O CBMCE orienta também que é necessário chamar um engenheiro para avaliar as condições do local.