Prédio em Fortaleza foi evacuado pouco antes de sofrer explosão; edifício segue interditado

O incidente não causou vítimas graças ao trabalho de um agente da Brigada de Bombeiros Civis

22:48 | Set. 24, 2020

Por: Gabriela Almeida
Explosão em prédio da Santos Dumont (foto: Aurélio Alves)

O prédio empresarial localizado na avenida Santos Dumont, no bairro Papicu, em Fortaleza, que sofreu uma explosão na tarde desta quinta-feira, 24, havia sido evacuado momentos antes do incidente ocorrer, conforme informações dadas pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado (CBMCE). O equipamento segue sendo monitorado por agentes da instituição e deve ficar interditado por tempo indeterminado.

De acordo com o major Juliano Rocha, o órgão foi acionado por moradores da região após denúncia de um vazamento de gás. Quando agentes chegaram ao local, o combustível havia se concentrado a ponto de provocar duas explosões, sendo a primeira a de maior impacto.

O incidente, no entanto, não causou vítimas graças ao trabalho de um agente da Brigada de Bombeiros Civis, que estava de plantão no local. De acordo com informações do sindicato do órgão, o cheiro de gás invadiu o prédio ainda pela manhã e o profissional alertou para que fosse feito a retirada dos trabalhadores, mas um dos chefes do anexo não concordou com ação.

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Apenas quando uma das funcionárias do local passou mal com o cheiro do combustível é que a determinação do bombeiro foi seguida. "É um prédio muito grande (..) Para um bombeiro civil retirar sozinho todo mundo era quase impossível", destacou o presidente do sindicato, Luiz Silva, que ainda aponta que o bombeiro chegou a perder o celular na hora de evacuar o espaço, ficando sem comunicação, mas conseguindo retirar todo mundo do prédio minutos antes do CMBCE chegar ao local e do equipamento sofrer a primeira explosão.

A empresa de comunicação Oi é a responsável pelo andar atingido e afirmou ao O POVO que investiga "as causas da explosão que danificou as suas instalações", frisando que o vazamento "não guarda nenhuma relação com as atividades" da empresa.

A concessionária não respondeu, no entanto, a acusação de que trabalhadores foram impedidos de sair do local quando o combustível começou a ser sentido, alegando que a evacuação foi realizada "imediatamente" após técnicos do local observarem o vazamento.

"A explosão danificou cabeamentos e equipamentos de telecomunicações da Oi, afetando os serviços de parte dos clientes da companhia atendidos pela Estação Praia do Futuro. A Oi aguarda a liberação do prédio pelos Bombeiros para fazer os reparos no local e a substituição dos cabos", pontuou.

Duto perfurado ocasionou explosão

O vazamento de gás aconteceu após uma empresa perfurar, em uma quadra próxima ao prédio, um duto da companhia Cegás. De acordo com a assessoria do empreendimento, o combustível acabou se espalhando com a perfuração e chegou até o equipamento, se acumulando até provocar as duas explosões.

A Cegás informou que segue investigando a causa e afirma que o fornecimento de gás à região foi interrompido, mas que deverá voltar até o final desta noite. Após as explosões, o prédio foi isolado e um trecho da Santos Dumont, entre as ruas Professor Otávio Lobo e Almeida Prado, foi interditado como medida de segurança.

Até às 17 horas desta quinta, o Corpo de Bombeiros seguia no local. De acordo com o major Juliano, as equipes monitoram o gás que ainda resta no equipamento e aguardam para que o combustível seja dissipado, garantindo que as residências próximas não corram perigo.

"A medida que o gás zerar, o Corpo de Bombeiros vai tomar novas medidas em relação ao local (...) Só esperar que o combustível seja totalmente dissipado", explicou o major, afirmando que não há data prevista para que isso ocorra.

Veja imagens do prédio após explosão: