Homens estariam trabalhando com solda minutos antes do incêndio começar; causas serão definidas após perícia

Trabalhadores do Mercado Central contam ter visto homens usando soldagem no Casarão

12:28 | Set. 06, 2020

Por: Redação O POVO
Fachada do Casarão dos Fabricantes, no Centro, após incêndio (foto: Bárbara Moira)

Na noite deste sábado, 5, um incêndio de grandes proporções atingiu o Casarão dos Fabricantes, centro comercial de confecções, localizado entre o Mercado Central e a Catedral Metropolitana de Fortaleza. Por se tratar de um centro comercial de confecções, o fogo consumiu boa parte dos produtos dos mais de 200 boxes de roupas instalados no local. De acordo com o Corpo de Bombeiros, os focos remanescentes do fogo só serão totalmente eliminados em até três dias.

Segundo relatos de quem estava no local, minutos antes do início do incêndio, homens estavam trabalhando no Casarão com soldagem, que consiste em usar calor para unir pedaços de materiais. José Aquino Paulino, da administração do Mercado Central, conta que viu pelas câmeras de sua loja, por volta das 19h30min, pelo menos um homem trabalhando. “Nós vimos um rapaz com uma lixadeira, cortando e soldando. Nós alertamos sobre o risco, mas ele não deu conta. Meia hora depois os vigias ligaram dizendo que estava pegando fogo”. 

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O tenente-coronel dos Bombeiros, Lino Filho, ressalta que apenas a perícia poderá determinar as causas do incêndio. "Tinha vigilantes no local, que serão ouvidos. Isso deverá ser primordial para identificar qual foi a causa, onde foi o início e como aconteceu. Só depois de uma perícia bem feita e de uma investigação mais detalhada é que vamos ter essa resposta", afirmou. 

A maior preocupação era que o fogo alcançasse o Mercado Central. Porém, de acordo com Lino Filho, nenhum prédio do entorno foi atingido sequer pelo calor. "O Mercado é o maior prédio da vizinhança e com uma carga de material superior ao Casarão. Tem tecido, produto de algodão, que é combustível, madeira, artesanato... tem centenas de boxes. Seria um dano não só material, mas cultural e funcional, por ser no Centro", analisou o tenente-coronel. 

Ele destaca a importância de que os empreendimentos cumpram com as normas de segurança. "O fator complicador em um episódio como esse é a quantidade exagerada de matéria. Tem uma normatização que diz os espaços entre corredores, por exemplo, mas ninguém sabe se isso é cumprido depois que a pessoa consegue o certificado de funcionamento", avalia. A existência de extintores de incêndio, a implantação da distância mínima entre boxes e a existência de vias de evasão são alguns pontos que devem ser cumpridos.

 

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A chamas foram controladas por volta de 1h44min da madrugada de hoje.

Com informações de Aurélio Alves e Gabriela Custódio