Coroinha foi morto por cruzar territórios de facções
Jefferson de Brito Teixeira, ao ser questionado se fazia parte da facção Guardiões do Estado (GDE), disse, segundo a Polícia, "é tudo três", em referência a integrantes da facção. Três pessoas foram presas acusadas de homicídio. Polícia busca outros dois suspeitos do crime
15:01 | Ago. 24, 2020
Aos 14 anos, o coroinha Jefferson de Brito Teixeira, assassinado no último dia 18, apresentava dificuldades no aprendizado. Apesar da idade, ele não sabia ler ou escrever e, segundo a Polícia, a família afirmou que ele nunca passou pelo diagnóstico de um psiquiatra, mas tinha uma deficiência intelectual. “Apesar de ele ter sido citado pelos infratores de que estaria roubando e faria parte da GDE (Guardiões do Estado), não ficou configurado isso nos autos, ao contrário. As informações que obtivemos é de era um coroinha da Igreja Católica e que tinha um distúrbio psicológico”, explica Patrícia Aragão, delegada da 8ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) .
As informações foram repassadas no fim da manhã desta segunda-feira, 24, em coletiva de imprensa na sede do DHPP. Três suspeitos do assassinato foram presos em flagrante: Robson Vasconcelos, 18, José Jorge de Sousa Oliveira, 26, e David Hugo Bezerra da Silva, 24. Os dois últimos têm passagens na Polícia por tráfico de drogas, associação criminosa e foram soltos em audiência de custódia horas antes do homicídio. A Polícia segue em busca para capturar outros dois suspeitos do crime, já identificados. A autoria do disparo ainda não foi descoberta. Segundo Patrícia Aragão, os suspeitos detalharam a morte do adolescente, com requintes de crueldade.
De acordo com a delegada, o coroinha morava em uma área dominada pela GDE e tentou copiar os colegas do futebol do bairro, com os três riscos na sobrancelha. Ele fazia capoeira em outra área, de dominação do Comando Vermelho (CV). “O Robson Vasconcelos confessou que apedrejou, deu socos, pontapés, pauladas e quebrou as costelas e narrou com detalhe a cena de crueldade praticada”, detalha a delegada. Segundo a Polícia, infratores apontaram a motivação seria pelo fato de que a vítima estaria praticando crimes de roubo na região e de ter envolvimento com uma organização criminosa rival. De acordo com a delegada, as acusações são caluniosas.
Os outros dois suspeitos presos usavam tornozeleira eletrônica no dia do crime e foram soltos um dia antes, em audiência de custódia. Eles haviam sido detidos por tráfico de drogas e negam terem cometido o assassinato, apesar de o monitoramento eletrônico apontar que ambos estavam no horário e local do crime do dia do homicídio.
Robson foi preso no mesmo dia do crime. Os outros dois suspeitos foram detidos no Mercado dos Peixes do Vila do Mar, na Barra do Ceará, no dia posterior ao crime.