Ponto de vista: Dia Nacional do Ciclista é oportunidade para refletir sobre futuro do modal
Em Fortaleza, infraestrutura deve chegar a 400 quilômetros de infraestrutura cicloviária até o fim do ano. Propostas legislativas buscam mudanças para incentivar o uso da bicicleta no PaísHá quase seis anos, Fortaleza ganhava novas cores em suas ruas. A chegada das bicicletas compartilhadas à Capital — as “verdinhas” — foi um ponto de virada para pensar novos caminhos na mobilidade urbana da Capital. No meu caso, isso correspondeu a uma mudança ainda maior. Ter o modal como forma de transporte, plano já antigo que começava a se tornar real naquele momento, significava liberdade.
Hoje, dia 19 de agosto, comemora-se o Dia Nacional do Ciclista, data instituída por lei em 2017 em memória ao ciclista brasiliense Pedro Davison, de 25 anos, vítima do trânsito brasileiro em 2006. Ele foi morto no dia do aniversário de oito anos de sua filha por um motorista embriagado, que fugiu sem prestar socorro. Esse fato nos lembra de todos os desafios que temos pela frente quando pensamos na mobilidade por meio da bicicleta.
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É inegável, contudo, que Fortaleza tem sido um bom exemplo para outras metrópoles do Brasil e fora dele. Com aumento da infraestrutura na malha cicloviária e de estações do Bicicletar, torna-se cada vez mais comum se deparar-se com um ciclista no trânsito da Capital. Até o fim de 2020, a Cidade contará com 210 estações do Bicicletar e deve chegar a 400 quilômetros de ciclofaixas e ciclovias.
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Pedalar na Capital se tornou uma experiência mais segura e prazerosa com o passar dos anos. A construção de infraestrutura, espalhada por distintos pontos do território fortalezense, é um sinal de que o ciclista precisa ser notado e respeitado no trânsito. Inclusive, isso é algo que repercutiu no comportamento de motoristas de veículos automotores, que vagarosamente começam a desempenhar uma relação mais harmônica com aqueles que se deslocam nas magrelas.
A nível federal, propostas legislativas aguardam apreciação tanto da Câmara dos Deputados como do Senado. Entre eles, há o projeto de lei (PL 3107/2019) do deputado federal cearense Célio Studart (PV). A iniciativa pretende isentar bicicletas comuns e elétricas, além de suas peças, do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). De acordo com a Rádio Senado, a carga tributária pode chegar a 60% do valor de uma bicicleta atualmente.
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A esperança é que essa “cultura da bicicleta” não seja moda e nem pauta de uma única gestão pública. Ter uma cidade amigável para os ciclistas não é algo que se constrói em cinco anos, mas demora, leva décadas. Lutar por isso, sem dúvidas, é estrada uma sociedade mais saudável e igualitária. E não só no trânsito, mas na saúde pública, no bem-estar econômico, na situação ambiental, entre outros. A bicicleta é um caminho para isso e precisa ser lembrada.
Confira algumas dicas de segurança para o ciclista no trânsito
– Se você nunca andou de bicicleta para deslocamento, dê uma chance. Comece andando em praças e ruas com menor fluxo de carros. Aproveite a disponibilidade de estações do Bicicletar, que podem ser utilizadas gratuitamente por meio do Bilhete Único;
– Ao sair de casa, planeje-se. Trace rotas seguras, em que você se sinta seguro para pedalar;
– Sempre se mantenha visível e antecipe seus movimentos, sinalizando com as mãos para quando irá dobrar, por exemplo;
– Evite pedalar na contramão e sobre calçadas;
– Tenha cuidado em cruzamentos, mesmo quando a preferencial for sua;
– Não ande entre carros, sempre prefira a faixa da direita quando não houver ciclofaixa disponível;
– Não ande muito na borda da pista, a ideia é ocupar pelo menos um terço da faixa, para que carros notem que você está ali e façam uma ultrapassagem segura;
– Evite trafegar com pressa, sempre saia de casa com antecedência;
– Lembre-se de se hidratar, faça pausas periódicas no trajeto;
– Para evitar marcas de suor, trafegue devagar e aproveite sombras no caminho para descansar. Se possível, leve uma muda extra de roupa para trocar quando chegar ao destino.