Após recurso, Justiça mantém julgamento de dois engenheiros e um pedreiro do Edifício Andrea

De acordo com a defesa, desabamento não teve nenhuma relação com atuação dos profissionais

Justiça cearense resolveu manter julgamento de dois engenheiros e um pedreiro envolvidos no caso do edifício Andrea. A decisão, determinada nessa quarta-feira, 18, considerou recursos da defesa e contrarrazões do Ministério Público. “Reapreciando a matéria, entendo que o ato decisório não deve ser modificado ou reconsiderado, razão por que o mantenho, pelos seus próprios fundamentos”, afirmou a juíza Marileda Frota, da 14ª Vara Criminal.

Há cerca de um mês, o Judiciário cearense decidiu que dois engenheiros civis e um pedreiro poderão ser levados a júri popular por homicídio com dolo eventual, ou seja, quando se assume o risco de matar. Os engenheiros civis José Andreson Gonzaga dos Santos, proprietário da empresa que faria reforma no edifício, e Carlos Alberto Loss de Oliveira, além do pedreiro Amauri Pereira de Souza, foram indiciados.

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Em parecer emitido em março deste ano, a promotora do Ministério Público Ana Claudia de Morais reiterou que os homens indiciados assumiram o risco de desabamento. Segunda ela, a situação aconteceu quando os suspeitos deixaram de escorar o vigamento principal e secundário da estrutura e não evacuaram o prédio após grande parte do cobrimento do pilar 12 ruir.

Em entrevista ao O POVO no dia 22 de julho, o advogado Brenno Almeida, que representa a defesa, defendeu que o laudo do episódio aponta diversos fatores para o desabamento, que não teriam nenhuma relação com a ação dos engenheiros e do pedreiro. “Como se leva o caso para o lado do dolo eventual se os engenheiros que estavam devidamente habilitados para exercer a profissão, estavam no local? Seria uma tentativa de suicídio?”, questiona.

A reportagem entrou em contato com o advogado nesta manhã novamente e aguarda resposta.

Relembre o caso

Um prédio residencial localizado na rua Tibúrcio Cavalcante, nº 2405, bairro Dionísio Torres, desabou na manhã do dia 15 de outubro de 2019. O acidente no edifício Andrea deixou nove pessoas mortas e abriu debates sobre a segurança das edificações, negligências e fiscalizações, além de exigir do Município, do Estado e do Ministério Público, medidas para evitar que tragédias como essa voltem a acontecer.

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O lugar do prédio deve dar lugar a um quartel do Corpo de Bombeiros. A intenção é que o equipamento possa otimizar o tempo-resposta do serviço da corporação. Em dezembro do ano passado, a instituição, que atuou nas buscas do edifício, recebeu a Medalha Dragão do Mar do prefeito Roberto Cláudio. A comenda é um reconhecimento por “atos de bravura e feitos heroicos”.

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