Motorista de app baleado na última segunda teve que se fingir de morto para sobreviver à ataque de facção em Fortaleza

O passageiro morreu e o motorista foi atingido por seis tiros. Os dois foram foram vítimas de uma emboscada

Um motorista de aplicativo levava um passageiro para o bairro Edson Queiroz, mas ao chegar ao local os dois foram recebidos a tiros por integrantes de uma facção criminosa. Ferido, o profissional pediu socorro aos colegas motoristas por meio de um aplicativo de troca de áudios. O passageiro morreu e o motorista foi atingido por seis tiros. Os dois foram foram vítimas de uma emboscada. O caso foi registrado na segunda-feira, 27, e os detalhes obtidos por testemunhas nesta sexta-feira, 31.

O POVO apurou que o motorista atendeu o passageiro na avenida José Bastos. Na ocasião,  a viagem tinha o nome de uma mulher como passageira, no entanto foi um homem que apareceu para a corrida. O passageiro afirmou que o perfil que solicitava a viagem era de uma mulher que ele conheceria, num primeiro encontro. Ela também pagaria pela viagem. O destino ficava atrás da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Edson Queiroz.

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Após chegar ao bairro, o passageiro perguntou ao motorista se a área era "Tudo 2", fazendo referência à facção do Comando Vermelho (CV). Ele ainda alertou o motorista que, em caso de qualquer situação de perigo, que o profissional fugisse. O motorista disse que não sabia qual a facção que ficava ali.

Já no destino, uma rua cheia de vielas, a mulher estava no local combinado e perguntou se o motorista possuía troco para R$ 100. No momento, o motorista disse que não. A mulher disse que iria buscar o dinheiro trocado e entrou em uma das vielas. Nesse momento, um grupo de homens perguntou ao passageiro se ele era "tudo 2" e ele confirmou. Diante da resposta, o passageiro e o motorista foram baleados.

O profissional simulou que estaria morto e conseguiu se comunicar com os colegas do grupo do Zello. Os criminosos, por algumas vezes, foram constatar se as vítimas estavam realmente mortas. O celular do motorista foi roubado. Quando a ambulância chegou, o motorista conseguiu sair do carro e foi ao encontro dos profissionais da saúde. Ele viu a mulher que havia marcado o encontro. Ela teria dito: "Você ainda está vivo, pirangueiro? Era para ter morrido".

O administrador do grupo que a vítima usou para pedir socorro é Rudson Pinheiro. Ele relata que o motorista contactou pelo Zello e os colegas ouviram os tiros. Ele conseguiu repassar um código de emergência utilizado pelos colegas. Com base nos grupos de motoristas de aplicativo de Fortaleza, aproximadamente dois motoristas são vítimas de assalto por dia. Ele afirma que é importante que os profissionais tenham comunicação com a Polícia durante os trajetos.

O POVO noticiou o caso do Edson Queiroz, onde o motorista de aplicativo foi baleado e o passageiro morreu. Confira a nota da SSPDS sobre o caso

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informa que a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) investiga um homicídio que aconteceu na noite de ontem (27), na Rua Hill de Moraes, no Bairro Edson Queiroz, na Área Integrada de Segurança 7 (AIS 7) de Fortaleza.

Segundo informações preliminares, a vítima identificada como Rogério dos Santos Araújo (24), que possuía antecedentes criminais por roubo, foi até o bairro para se encontrar com uma mulher, ainda não identificada. Próximo ao destino, o carro em que a vítima estava foi alvejado por homens, que efetuaram disparos de arma de fogo. O motorista do veículo ficou ferido e foi socorrido para uma unidade hospitalar.

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e a Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) estiveram no local, onde colheram informações. O caso é investigado pelo DHPP.

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