Moradores protestam contra construção de empreendimento nas dunas da Sabiaguaba

Cerca de 20 pessoas, entre moradores e ativistas, se reuniram na CE-010 para caminhada educativa nas ruas da Sabiaguaba

Um grupo de aproximadamente 20 manifestantes, formado em sua maioria por moradores da região da Sabiaguaba, protestaram na manhã deste domingo, 12, contra a construção de um loteamento imobiliário nas dunas da Área de Proteção Ambiental (APA) da região. Na última quarta-feira, 8, o Conselho Gestor das Unidades de Conservação da Sabiaguaba (CGS) aprovou projeto de loteamento em mais de 50 hectares em APA.

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A manifestação presencial foi levantada apesar de ONGs, como o Instituto Verdeluz e Fortaleza Pelas Dunas, incentivarem apenas o protesto por meio das redes sociais, devido à pandemia do novo coronavírus. Ainda assim, residentes e militantes se encontraram na CE-010 e caminharam  em ação educativa pelas ruas da comunidade Jaçanã, que fica nas proximidades do loteamento.

Para o ativista ambiental Clenilson Silva, o loteamento não beneficiaria moradores. "Não precisa comprar a Sabiaguaba para amar. A gente tem as dunas, o rio, o mangue, a praia. Não precisa pagar para contemplar", diz o Cleonilson, que atualiza o perfil @euamosabiaguaba no Instagram.

"Não precisamos de loteamento. Precisamos é que continuem conservando, preservando e mantendo os nativos", protesta. "A gente sobrevive da pesca e da cultura. Quer que o progresso venha? Que venha para ficar com os moradores e não para tirá-los daqui".

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Coordenadora do projeto Aldeia Surf, Daniela Bonfim afirma que a chegada do loteamento poria abaixo o trabalho educativo de conservação ambiental com as crianças da comunidade. "A gente tenta conscientizar essas crianças para cuidar dos passarinhos, do mangue, de não jogar lixo", conta. "A gente queria é que os moradores tivessem mais em peso aqui, mas as pessoas não tê muita noção. Queremos conscientizar que o loteamento vindo pra cá vai ser ruim para todo mundo".

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Fundadora do grupo Crítica Radical, Rosa da Fonseca destaca que a ideia do capitalismo como "sistema predatório que destruía humanos e natureza" vinha desde a época da Ditadura Militar, quando Rosa foi presa política e participou da luta pela anistia.

"Em toda a nossa trajetória, a gente tem participado e tomado iniciativa dos movimentos que preservam o meio ambiente. A gente entende que defender a natureza é defender a vida. São as árvores, são os animais, são os pássaros. Essa mata aqui é 17% apenas do que tinha de mata e eco sistema nessa área. É uma coisa inacreditável", afirma a ativista.

"Isso aqui depois de destruído não tem mais como recompor. Nós do grupo resolvemos dar esse grito presencial. Se eles acham que as pessoas apavoradas com a pandemia ficarão protestando apenas nas redes sociais e eles passarão por cima, não vão. Se depender de nós, não passará".

Veja vídeo da manifestação:

Com informações da repórter Marcela Tosi

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