Restaurante Alfredo, O Rei da Peixada, encerra atividades

Restaurante foi pioneiro no Estado no ramo de frutos do mar e ficou conhecido principalmente por suas peixadas

Em nota oficial divulgada em redes sociais, o restaurante Alfredo, O Rei da Peixada, anunciou o encerramento das atividades. Localizado na Beira Mar, o restaurante funcionava há 62 anos e enfrentava  dificuldades desde antes da pandemia. Em nota, os donos do restaurante agradecem os clientes e colaboradores.

Pioneiro no Ceará no ramo da gastronomia com especialização em frutos do mar, o restaurante, que era especialmente conhecido pela peixada, foi fundado em 1958 por Alfredo Lousada de Sousa, nascido em Acaraú (CE). Desde jovem, Alfredo trabalhava para conseguir se sustentar, até que conseguiu investimentos para a construção do restaurante. Após o seu falecimento, em 2009, aos 86 anos, o restaurante ficou sob os cuidados do filho, Alfredo Filho.

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A nota oficial do restaurante gerou tristeza em vários clientes, que lamentaram e relembraram momentos que tiveram no local. Fernando Guedes, 59, lembra que quando era criança visitava bastante o restaurante na companhia de seu pai. “Já cheguei a conversar com o senhor Alfredo e seu filho. Tenho muitas lembranças boas de lá. Era muito bem atendido, e gostava muito do peixe, adorava”, lembra o representante comercial.

Rodolphe Trindade, sócio fundador do Pirata Bar, analisa que a falta de visitas pode ter sido um dos fatores que contribuíram para o fechamento do local. “(O fechamento) é uma grande pena, pois estamos perdendo um pouco de nossa culinária, e talvez o restaurante mais antigo do estado. E tudo isso é culpa nossa, que deixamos de frequentar locais também tradicionais, deixando de prestigiar. É importante conhecer novos restaurantes, modernos, mas não deixar também de frequentar os mais tradicionais, que falam, daquela cidade, daquele estado.”

Alfredo Filho, dono do restaurante até então, explica que o setor já passa por dificuldades há um tempo. "Primeiro, com o surgimento de várias outras opções, de alimentos com preços mais acessíveis, práticos e que podem ser divididos para mais pessoas, como a culinária oriental, pizzarias, hamburguerias, e self-services, que hoje, já têm uma grande rede em vários lugares. Não é a toa que vários restaurantes na orla também fecharam, e deixaram outros em uma situação difícil". Ele explica também que manter uma grande equipe, o próprio local, e contas de energia e gás, a chegada da reforma da Beira Mar trouxe ainda mais dificuldades. "Primeiro, eles avisaram que a reforma duraria 3 meses, sendo que durou um ano somente na região do restaurante. com o grande movimento das obras, caminhões, barulho, poeira, entulho, esgoto à céu aberto, dificultou o acesso ao local, além de não ter condições de comer (em um ambiente nessa situação)". Ele fala que nenhum dos restaurantes teve apoio da Prefeitura, ou de algum outro órgão, e precisava continuar com a manutenção do local e de funcionários. Ele conta que a pandemia, foi como um "tiro fatal", para muitos restaurantes que estavam na mesma situação. “Com muita tristeza, eu, Alfredo Filho, que sempre trabalhei ao lado do meu pai, sendo aqui e em outro restaurante que ele tinha na barra do Ceará, lutei muito para continuar com o restaurante, essa história que ele criou, e fui até onde pude. Mas infelizmente não deu para continuar, fiquei bem triste com a situação." 

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